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Movida (MOVI3) chega à Europa. O que Bradesco BBI, BTG, Santander e UBS BB pensam disso?

A subsidiária integral Movida Finance adquiriu 100% da Drive on Holidays (DOH), empresa de locação de veículos com sede em Portugal, por 66 milhões de enterprise value

- Divulgação/Movida
- Divulgação/Movida

A Movida (MOVI3) informou que a subsidiária integral Movida Finance adquiriu 100% da Drive on Holidays (DOH), empresa de locação de veículos com sede em Portugal.

A DOH foi adquirida por € 66 milhões de enterprise value, o que, considerada a dívida líquida de € 11 milhões em agosto deste ano, resultou em um equity value de € 55 milhões.

Bradesco BBI

De acordo com o Bradesco BBI, a operação deve dar à Movida expertise para expandir ainda mais sua atuação para outras regiões da Europa que possuem altos fluxos de turistas brasileiros.

Esta aquisição acretiva implica 4,0x EV/EBITDA LTM, um desconto de 17% para o atual múltiplo de negociação da Movida de 4,8x EV/EBITDA 2022.

Os termos do negócio também resultam em valorização de 1,1x EV/frota, que estaria em linha com a recente operação de M&A entre a Unidas/Localiza e a Ouro Verde.

Além disso, analistas esperam que a Movida use seus R$ 3,9 bilhões de caixa em moeda estrangeira para pagar a aquisição.

A alta rentabilidade desta operação em Portugal vai contribuir também para cobrir o seu balanço com rentabilidades mais atrativas, escrevem os analistas.

Além disso, o negócio não deve ter impacto relevante na dívida líquida/EBITDA atual de 3,0x 2T22 LTM. 

Outperform

Preço-alvo: R$ 25,00

BTG

De acordo com o BTG, o acordo adiciona uma via de crescimento interessante para a Movida, em um momento de lenta melhoria da oferta de veículos no Brasil, e marca o início das suas operações internacionais e a entrada na Europa, ao mesmo tempo que traz exposição a outra moeda.

Porém, os investidores podem questionar sua alavancagem, que encerrou o segundo trimestre em 3,0x dívida líquida /EBITDA (após a teleconferência do segundo trimestre, analistas do BTG projetam que a Movida desacelerasse o crescimento).

Entretanto, acreditam que o negócio tenha um baixo impacto na relação dívida líquida-EBITDA (até 3,1x em cálculos, de 3,0x no 2T, devido à menor alavancagem da DOH e EBITDA incremental).

Eles veem as ações negociadas em um valuation excessivamente descontado (4,1x P/L em 2023), o que representa um bom investimento para um cenário de juros mais baixos no Brasil.

Compra

Preço-alvo: R$ 28,00

Santander

Para o Santander, em termos de fusões e aquisições, a operação representa um pequeno incremento e não afeta materialmente o balanço da companhia.

Analistas pontuam que o negócio se trata, ao menos, de um importante movimento à uma nova linha de negócios da empresa em um momento de atenção para drásticas mudanças na indústria brasileira.

Outperform

Preço-alvo: R$ 21,00

UBS BB

O UBS BB saudou a nova iniciativa de internacionalização, mas, apesar do potencial de valorização de avaliação, ainda não vê sinergias claras para o negócio em termos de:

1) compra de carros com descontos maiores;

2) diluição dos custos fixos;

3) redução do custo da dívida; e

4) vender carros usados de melhor qualidade.

Neutra

Preço-alvo: R$ 16,50