A MRV&Co (MRV)(MRVE3) reportou vendas líquidas de R$ 2,170 bilhões no primeiro trimestre de 2025, o que representa um crescimento modesto de 1,70% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O resultado foi impactado por atrasos temporários nos repasses de programas habitacionais regionais, de acordo com a construtora.
De acordo com a companhia, aproximadamente 1.400 unidades deixaram de ser repassadas devido a entraves específicos em programas nas regiões de Manaus (AM), Ceará (CE) e Rio Grande do Sul (RS).
Esses imóveis correspondem a um valor geral de vendas (VGV) de R$ 320 milhões.
“A causa dos problemas já foi sanada e esperamos a regularização do ‘backlog’ ao longo do segundo trimestre”, informou a MRV&Co, em sua prévia operacional.
O diretor financeiro da companhia, Ricardo Paixão, destacou que, sem os gargalos enfrentados, o volume de vendas da principal operação teria se aproximado do registrado no quarto trimestre de 2024, que foi de R$ 2,6 bilhões.
Lançamentos e geração de caixa de MRV (MRVE3) no primeiro trimestre de 2025
No período, os lançamentos somaram um VGV de R$ 2,890 bilhões, um crescimento expressivo de 81,00% na comparação anual. Já o consumo de caixa ajustado ficou em R$ 48,30 milhões, uma reversão a geração de R$ 24,8 milhões registrada um ano antes.
O CFO explicou que o consumo de caixa foi impactado por um descompasso de cerca de R$ 110 milhões entre unidades produzidas e repassadas no trimestre.
Excluído esse efeito, a companhia teria registrado uma geração de caixa ajustada de R$ 61,70 milhões.
A nova regra da Caixa Econômica Federal (CEF) para pagamento das unidades repassadas também influenciou negativamente a geração de caixa da companhia.
A Caixa Econômica Federal, principal operadora do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), recentemente passou por reformulações, inclusive a criação de uma faixa voltada à classe média com renda mensal de até R$ 12 mil e teto de R$ 500 mil para os imóveis, além do reajuste das faixas anteriores.
Com forte exposição ao MCMV, a MRV deve ser beneficiada pelas mudanças.
“[…] um impacto muito relevante, tanto do aumento do poder de compra dos clientes… quanto em redução na nossa concessão de crédito”, disse Paixão, que ressaltou que o foco da empresa está nas faixas 2 e 3 do programa.
Atualmente, cerca de 13,00% do estoque da MRV está enquadrado na nova Faixa 4 do MCMV, com VGV de R$ 1,6 bilhão. Se incluído o banco de terrenos, essa participação representa 4,2% do total, com um VGV de R$ 2,6 bilhões.
“Do faixa 4, a gente já tem mais coisa lançada, percentualmente, do que tem para lançar. Mas os dois somados nós temos R$ 4,2 bilhões à disposição”, completou o executivo.
Desempenho da Resia e vendas da subsidiária nos EUA
A subsidiária norte-americana Resia encerrou o primeiro trimestre com consumo de caixa de US$ 59,0 milhões, um aumento em relação à queima de US$ 53,8 milhões registrada no mesmo período do ano anterior. A companhia não realizou alienações de ativos nos três primeiros meses do ano.
Entretanto, Paixão afirmou que a venda do empreendimento Dallas West, no Texas, com 96% de ocupação, está em fase avançada de negociação e deve ser concluída ainda neste segundo trimestre.
A Resia também prevê comercializar terrenos durante o mesmo período.
Para o restante de 2025, a Resia planeja vender os empreendimentos Rayzor Ranch e Ten Oaks (ambos no Texas) e o Tributary, localizado na Geórgia. A meta da MRV&Co seria alienar US$ 800 milhões em ativos nos Estados Unidos até o fim de 2026.