A Multiplan (MULT3) registrou um lucro líquido de R$ 302,6 milhões no quarto trimestre de 2023, um crescimento de 26,6% sobre o mesmo período de 2022.
Entre os meses de outubro e dezembro, o EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 393,0 milhões, um avanço de 4,90% sobre o número reportado em igual intervalo do ano passado.
A receita líquida totalizou R$ 570,6 milhões no quarto trimestre, expansão de 11,4% na base de comparação anual.
Para Ágora Investimentos e Bradesco BBI, os grandes destaques foram o aumento das vendas em 10% na base anual, a R$ 6,90 bilhões.
"A Multiplan registrou resultados bons, embora principalmente em linha com o esperado. A receita de aluguel foi fraca, +2% em base anual, mas foi compensada por outras receitas, como serviços (+30%), estacionamentos (+12%) e vendas de imóveis (+214%)", escreveram os analistas Bruno Mendonça e Wellington Lourenço.
Os movimentos levaram o faturamento consolidado a crescer 11,00%.
"Vale destacar também a alíquota de imposto, quase zero no 4T, e muito baixa no ano devido ao uso eficiente dos juros sobre capital próprio (JCP), que ajudou o FFO a crescer 11% no trimestre e 20% em 2023", acrescentaram.
Além disso, a empresa também apresentou custos de ocupação controlada de 13,5% no exercício de 2023, 0,4 p.p. abaixo do exercício de 2022, devido à melhoria dos números de vendas que diluíram os custos.
Em suma, reiteraram a recomendação de compra, embora ainda prefiram Allos (ALOS3) no setor de shoppings, devido ao desconto excessivo de 28% em relação a Multiplan (MULT3).
Já a XP Investimentos destacou que o conjunto, como um todo, trouxe resultados sólidos. A inadimplência líquida favoreceu a diluição dos custos de propriedade, o que ajudou no crescimento do EBITDA. O FFO expandiu acima das estimativas, e, com isso, ajudou a suportar um baixo nível de alavancagem financeira, apesar de um maior CAPEX de R$ 232 milhões no trimestre.
Analistas reiteraram sua recomendação de compra para a Multiplan (MULT3), com um preço-alvo de R$ 33,00 por ação.
A Genial Investimentos compreendeu, contudo, que o balanço trouxe uma despesa administrativa acima da esperada, muito por conta de provisão e pagamentos de bônus.
"Ainda assim, o operacional e financeiro da Multiplan continuam extremamente sólidos, um caminho de crescimento para os próximos anos via expansões e crescimento natural das vendas", observaram Guilherme Viana e Luís Assis.
Contudo, eles avaliaram a quebra de expectativas nas linhas devem pesar um pouco sobre o resultado.
"As nossas expectativas futuras nos levam a acreditar que ainda há um desconto do real valor da Multiplan e do seu preço a mercado", acrescentaram. A Genial Investimentos reforçou sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 36,00 e P/FFO 2024E de 12,2x (FFO yield de 8,2%).
O norte-americano Goldman Sachs, contudo, pontuou que a receita líquida e o EBITDA recorrente ficaram ligeiramente, mas não significativamente abaixo (-2%). De acordo com o banco, apesar disso, a parte mais significativa dos resultados da operadora foi a dinâmica dos custos de ocupação, o que pode abrir espaço para o crescimento futuro dos aluguéis.
"Nossas estimativas apontam para que a Multiplan apresente um crescimento de 5% na receita de aluguel em termos absolutos, impulsionado pelo crescimento da ocupação e pela liberação de spreads", declarou o GS.
O banco norte-americano mantém recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 27,25 em doze meses.
Por sua vez, o Banco Safra reiterou sua classificação outperform, pois avalia que a operadora detém o melhor e mais equilibrado portfólio de shoppings do setor, o que permite que a empresa continue a pressionar pelo crescimento real dos aluguéis.