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Natura (NTCO3): como o Goldman Sachs avalia possível IPO da Aesop?

Analistas dizem que, em última instância, a operação dependeria do formato e do valor que o mercado atribuiria às entidades separadas

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A Natura&Co, grupo da Natura (NTCO3), informou na segunda-feira (17) que seu conselho de administração autorizou estudos para uma possível oferta inicial de ações (IPO) da Aesop, que poderia ser precedida de uma cisão, com uma listagem nos Estados Unidos. As informações são da agência Reuters.

A companhia foi adquirida pela Natura em 2015, por US$ 100 milhões. O grupo afirma que a operação se alinharia a seu objetivo de dar às marcas e unidades de negócio uma autonomia e uma responsabilidade maiores.

Para o Goldman Sachs, embora um potencial spin-off ou IPO da Aesop possa eventualmente desbloquear valor para acionistas da Natura, isso dependeria, em última instância, do formato e do valor que o mercado atribuiria às entidades separadas.

Para referência, a Natura atualmente se negocia a 5,8x EV/EBITDA em 2023E.

O GS calcula que, se assumirmos que uma entidade separada da Aesop negociaria em linha com concorrentes globais do setor de beleza, com perfil de crescimento semelhante, de 10x a 16x 2023E EV/EBITDA, e que o restante da Natura continuaria a ser negociado entre 5x e 6x 2023E EV/EBITDA, pode haver uma implicação potencial em até de mais de 50% de valorização ao valor de mercado atual estimado (para um múltiplo de 16x, sem vantagem se estiver próximo de 10x).

Entretanto, os analistas ressaltam que as análises acima são apenas para fins ilustrativos e reconhecem que uma série de resultados fora do cenário existe, além de não ter visão sobre o múltiplo potencial que pode ser atribuída a Aesop.

Eles permanecem com recomendação neutra para as ações NTCO3, com preço-alvo de R$ 17,00 em doze meses, embora reconheçam que certas tendências como Natura Brasil, Aesop, o foco do novo CEO na prestação de contas e a redução de custos da BU são encorajadoras.

Analistas admitem que a Natura permanece exposta a uma demanda desafiadora e a uma perspectiva de margem nos principais mercados (especialmente na Europa), onde o posicionamento da marca e o poder de precificação pode não ser forte o suficiente para compensar esses ventos contrários macroeconômicos.