O Bradesco BBI reiterou sua recomendação de compra para as ações de Natura (NTCO3) após a empresa informar que o seu conselho de administração deu permissão à diretoria para estudar a possibilidade de dividir a sua unidade na América Latina e a Avon em duas empresas distintas de capital aberto.
A transação resultaria em duas empresas autônomas, cada uma com seu próprio plano de negócios, governança e equipes de gestão.
Dito isto, a Natura ainda operaria ambas as marcas na região e a integração de ambas as marcas na América Latina não vai ser impactada, de acordo com a companhia.
Além disso, a Avon se beneficiaria indiretamente das vendas na América Latina por meio de uma parceria comercial com a Natura, ao mesmo tempo em que continuaria com seus negócios internacionais.
A possível cisão se alinha ao objetivo contínuo da empresa em simplificar sua estrutura corporativa e, ao mesmo tempo, aumentar a autonomia de
suas unidades de negócios.
Algumas das principais preocupações dos analistas Felipe Casimiro e Flávia Meireles são:
- – i) os termos do novo acordo comercial entre as partes; e
- – ii) a estrutura de capital em ambas as empresas.
No entanto, eles veem benefícios da divisão das operações na América Latina, uma vez que a unidade de negócios tem margens mais altas e está em um estágio mais avançado de integração e potenciais sinergias entre Natura e Avon.
“Em nossa opinião, as operações da Natura&Co na América Latina poderiam ter múltiplos mais elevados como uma entidade separada. Se a nova empresa latino-americana for negociada a um múltiplo superior a aproximadamente 6,0x EV/EBITDA da NTCO3, e em linha com a média histórica da empresa entre 2016 e 2017, poderemos ver um aumento no valor para os acionistas”, comentaram.
Por enquanto, eles veem diversas incertezas sobre o momento da cisão e os termos do acordo, mas ainda projetam um impulso positivo nas ações, à medida que a gestão da Natura continua a avançar a todo vapor na agenda de simplificação do grupo.