A empresa estatal francesa EDF adquiriu 70% da hidrelétrica Baixo Iguaçu, localizada no Paraná, que pertencia à Neoenergia (NEOE3).
A transação foi fechada com um “enterprise value” de R$ 1,430 bilhão, valor sujeito a ajustes conforme a variação do CDI.
O processo de venda da usina foi antecipado com exclusividade pelo jornal Valor Econômico.
Além da EDF, outras empresas demonstraram interesse na aquisição, como Casa dos Ventos, Spic e EnergoPro.
A Copel (CPLE6), que detém os 30% restantes da usina, decidiu manter sua participação no empreendimento.
A usina Baixo Iguaçu, que entrou em operação em 2019 após um investimento de R$ 2,30 bilhões, possui capacidade para abastecer uma cidade com aproximadamente um milhão de habitantes. A concessão do ativo permanece válida por mais vinte e quatro anos.
A EDF tem ampliado sua presença no mercado brasileiro, e atua em transmissão, geração eólica, solar, hídrica e térmica.
Em abril de 2024, a empresa participou da competição pelo controle da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae)(EMAE4), mas perdeu para o Fundo Phoenix, liderado pelo investidor Nelson Tanure.
A decisão da Neoenergia (NEOE3) de vender sua participação na hidrelétrica foi considerada estratégica, pois permite a otimização do portfólio e realocação de capital da companhia.
A empresa, controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, busca reduzir sua alavancagem financeira.
No terceiro trimestre de 2024, a relação entre dívida líquida e EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) era de 3,430x, contra 3,110x no ano anterior.
A dívida líquida da companhia soma R$ 42,2 bilhões.
A conclusão da transação se sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e dos agentes financiadores.
A Copel (CPLE6) mantém direito de preferência sobre a venda.