A Neoenergia (NEOE3) segue com plano de rotação de ativos com a venda de sua participação na hidrelétrica Belo Monte, de 11.233 megawatts (MW). A companhia, que detém 10% da usina por meio da subsidiária Belo Monte Participações, espera encontrar interessados para a venda de 1.123 MW, equivalente a sua fatia na geração de energia.
O presidente da empresa, Eduardo Capelastegui, destacou que a negociação está em andamento, conforme revelado em teleconferência com analistas, realizada na terça-feira (18).
Resultados financeiros de 2024 da Neoenergia
A notícia foi anunciada durante apresentação dos resultados financeiros da empresa.
A Neoenergia registrou uma queda no lucro líquido em 2024. O lucro consolidado foi de R$ 3,635 bilhões, 19% inferior ao de 2023, quando o lucro foi de R$ 4,461 bilhões.
No quarto trimestre, a companhia registrou lucro líquido de R$ 852 milhões, uma queda de 12% em relação ao mesmo período de 2023. A receita líquida subiu 15%, para R$ 12,844 bilhões, enquanto o Ebitda cresceu 8%, alcançando R$ 3,077 bilhões.
A receita líquida, no entanto, cresceu 10%, alcançando R$ 46,68 bilhões, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) aumentou 1%, totalizando R$ 12,517 bilhões.
Foco na redução do endividamento
A operação de venda faz parte da estratégia contínua da Neoenergia de reduzir sua dívida.
Outro ativo que a empresa coloca na mesa de negociações é a térmica Termopernambuco, com 498 MW de capacidade instalada. Capelastegui afirmou que a venda não é uma urgência.
A usina foi contratada no primeiro leilão de reserva de capacidade de 2021, com contrato que garante fornecimento de energia a partir de 2026, gerando uma receita anual de R$ 207 milhões durante os próximos 15 anos.
De acordo com Capelastegui, a térmica “é um ativo que está gerando entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões de fluxo de caixa por ano. Se recebermos uma oferta interessante, vamos avaliar”.
Reação do mercado
Por fim, após o anúncio, as ações da Neoenergia (NEOE3) recuaram. Por volta das 12:14 (horário de Brasília), os papéis da companhia caíam 2,06% a R$ 19,87.