A Oi (OIBR3)(OIBR4) registrou um aumento expressivo no prejuízo líquido do 4° trimestre de 2024. Durante o período as perdas da companhia somaram R$ 2,9 bilhões, montante bastante superior se comparado ao déficit de R$ 486 milhões registrado no mesmo período de 2023.
Apesar do prejuízo registrado no último trimestre, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 9,6 bilhões no acumulado de 2024.
Esse resultado positivo foi impulsionado pelo efeito contábil da reestruturação de suas dívidas, parte do processo de recuperação judicial da companhia.
Já no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente, a companhia ficou no negativo com R$ 132 milhões no último trimestre do ano, um agravamento frente ao resultado negativo de R$ 107 milhões apurado no mesmo período de 2023.
Segundo a Oi, esse desempenho foi impactado pela queda acelerada das receitas provenientes de serviços baseados em tecnologias obsoletas, como o cobre e a televisão via satélite (DTH).
Assim, a receita líquida das operações continuadas da companhia somou R$ 625 milhões entre outubro e dezembro, o que representa uma queda de 33,5% na comparação anual.
A operadora destacou que concluiu no primeiro trimestre de 2025 a transferência de sua carteira de clientes de banda larga via fibra e sua unidade de TV paga via satélite.
Com isso, as receitas e despesas dessas operações foram reclassificadas para “operações mantidas para venda”, deixando de ser consolidadas nas demonstrações financeiras da companhia.
Se desconsiderada essa reclassificação contábil, a receita líquida da Oi no quarto trimestre de 2024 alcançou R$ 1,88 bilhão, o que marca um recuo de 17,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Aumento de custos e impacto no caixa
Os custos operacionais também pesaram no desempenho da Oi.
As despesas com aluguel e seguros subiram 18,2% no trimestre, totalizando R$ 1,09 bilhão, principalmente devido ao reajuste do contrato de aluguel para utilização da infraestrutura de fibra óptica da V.tal, empresa na qual a Oi possui participação.
Além disso, os contratos de arrendamento, especialmente os relacionados ao aluguel de torres para a prestação de telefonia fixa, geraram um impacto negativo de R$ 250 milhões no caixa da empresa ao longo do trimestre.
Apesar das dificuldades financeiras, a operadora encerrou o ano de 2024 com R$ 1,77 bilhão em caixa.
Dívida da Oi
A quede nos resultados da Oi também atingiram a dívida líquida da companhia.
Durante o quarto trimestre, a empresa conseguiu reduzir em 56,3% sua dívida líquida, que saiu de R$ 23,2 bilhões para R$ 10,1 bilhões.
A redução é explicada principalmente pela reestruturação da dívida financeira da companhia, no âmbito da aprovação do seu segundo Plano de Recuperação Judicial.