Durante evento organizado pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), em São Paulo, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), admitiu a hipótese de intervenção na Oi (OIBR3)(OIBR4) por parte do governo federal, mas categorizou a medida como precoce se confirmada agora.
“No momento, não há nada definido quanto a isso. Ainda é prematuro (anunciar) uma medida dessa, mas tudo é possível”, destacou.
O político afirmou ter pedido um relatório à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre a situação financeira da operadora. A Oi, por sua vez, entrou em recuperação judicial pela segunda vez, com dívidas que totalizam R$ 44,3 bilhões.
Plano de recuperação judicial
O plano – que pretende reduzir a dívida financeira em 50% por meio da conversão dos créditos em ações, em uma operação de aumento de capital – deve resultar em uma diluição de 80% para aqueles que já são acionistas, de acordo com uma reportagem de Silvia Rosa para o site Pipeline, do jornal Valor.
Os sócios também poderão participar do aumento de capital – a R$ 2,48 por ação – da operadora, em sua segunda recuperação judicial, com dívida financeira de R$ 30 bilhões, informou Rodrigo Abreu, CEO da companhia.
Balanço
A operadora registrou um prejuízo líquido de R$ 17,663 bilhões no quarto trimestre de 2022 – a maior parte devido aos itens não recorrentes, uma cifra cinco vezes superior às perdas líquidas de R$ 3,55 bilhões apuradas em igual período de 2021.
O EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi negativo, em R$ 15,16 bilhões entre outubro e dezembro passados, um aumento de doze vezes sobre o resultado computado no mesmo intervalo do ano anterior (-R$ 1,202 bilhão).
Recomendação
Para a Genial Investimentos, o conjunto de resultados financeiros foi decepcionante mais uma vez e abaixo das expectativas. Contudo, os analistas escrevem que a aprovação da recuperação judicial pelo conselho de administração foi positiva.
De acordo com o relatório assinado por Antônio Cozman, Felipe Mattar e Iago Souza, devido à atual situação da empresa, com baixa geração de caixa e perspectivas incertas para o futuro, além de uma relação dívida líquida/EBITDA (rotina) de 48,2x, a recomendação foi alterada de manter para vender e o preço-alvo foi reduzido de R$ 2,30 para R$ 1,40.