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Oi (OIBR3)(OIBR4): compradores solicitaram reajuste de preço muito acima do esperado, diz BTG

Tim, Vivo e AMX, que compraram os ativos móveis da Oi, expressaram sua opinião de que o preço acordado de R$ 15,9 bilhões precisa ser reduzido em R$ 3,2 bilhões

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Na segunda-feira (19), Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e AMX (Claro), que compraram os ativos móveis da Oi (OIBR3)(OIBR4), expressaram sua opinião de que o preço acordado de R$ 15,9 bilhões precisa ser reduzido em R$ 3,2 bilhões.

As ações ordinárias de Oi (OIBR3) caem 4,26%, a R$ 0,45, às 14:42, enquanto os papéis preferenciais (OIBR4) recuam 2,04%, a R$ 0,96.

De acordo com as companhias, a redução inclui métricas piores para (i) novos clientes líquidos; (ii) dívida líquida; (iii) capital de giro; e (iv) capex.

As três empresas de telecomunicações retiveram 9% do valor a ser pago à Oi (R$ 1,4 bilhão) justamente como uma proteção para eventuais ajustes.

Então, agora eles dizem que não vão pagar os R$ 1,4 bilhão restantes e querem ser ressarcidos por mais R$ 1,8 bilhão. Desses R$ 3,2 bilhões combinados,
TIM, Vivo e Claro teriam direito a R$ 1,4 bilhão, R$ 1,1 bilhão e R$ 0,7 bilhão, respectivamente.

O BTG Pactual acredita que o reajuste de preço esteja relacionado principalmente ao número de novos clientes líquidos.

Os compradores também solicitam outros R$ 353 milhões (R$ 231 milhões para TIM, R$ 64 milhões para Vivo e R$ 58 milhões para Claro) em compensação por ativos móveis (aluguel de sites/torre), o que eleva o potencial de ajuste total para R$ 3,5 bilhões.

A Oi já divulgou um fato relevante e disse que discorda veementemente desse comunicado.

Próximos passos para liquidar os valores restantes e/ou revisar as discrepâncias:

•  – A Oi tem 30 dias para analisar as solicitações das empresas de telecomunicações e emitir sua resposta;
•  – Caso a Oi discorde (como já afirma), vai negociar com as três operadoras por 30 dias;
•  – Caso não haja acordo, a Oi e as empresas de telecomunicações têm cinco dias úteis para contratar os serviços de um auditor independente; 
•  – O auditor tem 30 dias para analisar os números e chegar a um valor final (se houver) a ser ajustado; e finalmente
•  – A decisão do auditor é final e definitiva, o que significa que as empresas não podem ir a tribunal ou iniciar procedimentos de arbitragem.

Claramente, a notícia foi muito ruim para a Oi (OIBR3)(OIBR4), diz o BTG.

A companhia não vai receber de imediato os R$ 1,4 bilhão extras retidos pelas três operadoras, e seu caixa de curto prazo fica sob pressão enquanto o valor final a ser reajustado estiver em discussão.

E mesmo que o ajuste final seja “apenas” os 9% retidos pelas teles (R$ 1,4 bilhão), isso ainda equivaleria a um impacto negativo de R$ 0,24 por ação.

O BTG revisa seu modelo e planeja publicar novas estimativas nas próximas semanas, concluíram os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Vitor Melo.