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Pacheco: agenda econômica está 'blindada' de insatisfações com o governo

Presidente do Senado Federal colocou em pauta divergências entre parlamentares e poder executivo

- REUTERS/Adriano Machado
- REUTERS/Adriano Machado

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, durante entrevista cedida ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira (30), que as pautas econômicas que são interesse do Palácio do Planalto, como, por exemplo, a reforma tributária e a taxação de offshores, devem avançar ainda no ano de 2023, embora haja eventuais atritos nas relações entre governo e Congresso Nacional.

“A minha percepção e a percepção geral do Senado é de uma prioridade, de uma importância muito grande da pauta econômica para o Brasil. Nós temos essa consciência e trabalhamos em função disso. Há de minha parte a propensão de ajudar nessas pautas, partindo da premissa de que a liderança da política econômica deve se dar no âmbito do governo pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). E, naturalmente, o Congresso deve ter um juízo crítico, de responsabilidade para contribuir e aprimorar as propostas. Mas há uma diretriz do governo com a qual estamos acordados”, afirmou.

Foi dito por Pacheco, ainda, que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) – que trata da reforma tributária dos impostos sobre o consumo – e projetos que dizem respeito a sustentação do regime fiscal “são prioridades” dentro do parlamento, e receberão devida atenção até o mês de dezembro. 

“Eventuais e pontuais insatisfações não contaminam o sentimento geral de que com a economia não é possível brincar. É preciso ter a solidez da nossa economia com a aprovação de propostas e projetos que sejam sustentáveis. Isso está muito além de eventuais insatisfações de parlamentares com o governo. O sentimento geral em relação à reforma tributária é de senso de importância, da sustentação do marco fiscal, da lei orçamentária igualmente. Acho que são coisas separadas, e a pauta econômica não se contaminará com eventual dificuldade de senadores com o governo federal”, colocou.

O presidente do Senado também afirmou não saber aferir como insatisfações de parlamentares se manifestarão em relação ao governo, apesar de garantir que isso não deve se dar a partir da agenda econômica: “Nós temos uma necessidade premente de combate à fome, de geração de emprego, de contenção da inflação, de redução da taxa de juros, de aumento do crescimento do PIB do Brasil, do aumento das nossas reservas, da nossa balança comercial”, disse.

“Toda a sociedade brasileira, o mercado, podem ter a segurança em relação ao Senado de que haverá de nossa parte colaboração para que projetos bons sejam aprovados”, por fim, complementou.