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Petrobras (PETR3)(PETR4): FUP questiona ANP por realizar leilão sem a estatal

Para a Federação Única dos Petroleiros, a companhia deveria ser 100% estatal e o monopólio estatal do petróleo deveria ser retomado

- Tânia Rêgo/Agência Brasil
- Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) questionou, na última terça-feira (12), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) qual o motivo pelo o qual será realizado um leilão sem a participação da Petrobras (PETR3)(PETR4). O evento está previsto para esta quarta-feira (13), com oferta pública de 38 blocos exploratórios no Brasil.

“Por que da realização de um leilão sem a participação da maior empresa brasileira, a Petrobras?”, indaga o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

“Essas áreas do pré-sal não terão a Petrobras operando, o que é ruim para a União. A estatal brasileira tem o menor custo de extração em águas ultraprofundas do mundo”, destaca Bacelar.

Para a FUP, a Petrobras deveria ser 100% estatal e o monopólio estatal do petróleo deveria ser retomado. O coordenador da federação reconhece que o petróleo e o gás natural serão insumos estratégicos para a segurança energética nacional e global ainda ao longo das próximas décadas.

A entidade alerta, porém, que é preciso garantir que novos investimentos na exploração e produção (E&P) em território nacional considerem elementos centrais para o fomento de uma transição justa, como a soberania nacional, sustentabilidade, respeito às comunidades locais e desenvolvimento com emprego e renda.

O diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma Ramos dos Santos, observa que o ambiente é de incertezas quanto aos resultados e nível de interesse em relação ao leilão e às áreas disponíveis.

Ele aponta os principais fatores para isso: ausência da Petrobrás, potenciais impactos ambientais e conflitos sociais nas áreas leiloadas e o fato dessas áreas já terem ido a leilão anteriormente.

Quanto a declaração do diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, sobre o potencial de concorrência nas áreas leiloadas, em especial no regime de partilha no pré-sal, na qual se inscreveram 6 grandes empresas, a avaliação de Santos é de que a expectativa da ANP se frustre, sobretudo em relação aos bônus de assinatura, dada a ausência da Petrobrás no certame; e que haja interesse de empresas de menor escala nas áreas terrestres disponíveis no leilão.