O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar a retomada das obras da Refinaria de Abreu e Lima da Petrobras (PETR3)(PETR4), em evento para 2 mil pessoas no Porto de Suape, em Ipojuca (PE), nesta quinta-feira (18).
Refinaria esteve no centro dos escândalos de corrupção da Lava-Jato, com estouro de gastos que chega a US$ 18 bilhões (cerca de R$ 90 bilhões), e servirá como um teste de capacidade de execução de grandes obras pela estatal.
A refinaria é apontada como a “mais cara do mundo”, já que originalmente seria construída em parceria com a estatal venezuelana PDVSA com orçamento de US$ 2 bilhões — demandou até agora mais de US$ 20 bilhões em investimentos, mas ficou pronta apenas parcialmente.
O trem 1, primeira linha de produção do projeto, hoje processa 100 mil barris de petróleo por dia, o que posiciona a refinaria como responsável por 6% do diesel S10 produzido em todo país.
Com a finalização do segundo trem, a capacidade do empreendimento subirá para 260 mil barris de petróleo/dia.
Apesar disso, não houve repasse de informações sobre qual será o investimento total necessário para finalizar a obra. Em outubro do ano passado, quando o presidente Lula agendou visita à Abreu e Lima para anúncio da retomada das obras — mas acabou adiando a passagem — o senador Humberto Costa (PT) chegou a falar que o presidente iria anunciar um investimento de R$ 6 bilhões.
Este valor, no entanto, não foi confirmado pelos executivos da Petrobras, em entrevista a jornalistas, no Recife, na última quarta-feira (17).
Mariana Cavassin, gerente executiva de desenvolvimento de produção da Petrobras, afirmou que divulgar valores agora pode prejudicar as licitações que já estão em andamento. As propostas devem ser abertas só no fim do mês.
Para os investidores, a viabilidade econômica do projeto é incerta. Cavassin garantiu na quarta a jornalistas que, testado em todos os cenários possíveis, o projeto da segunda etapa de Abreu e Lima se provou “robusto” e com potencial de retorno para a sociedade e para a Petrobras “muito significativo”.
Em função do estágio da obra, a sua conclusão foi a melhor alternativa encontrada, disse a executiva.
Sobretudo, esse investimento está previsto no plano estratégico da Petrobras e faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
Especialistas criticam o modelo de negócios da estatal prevendo a retomada de investimentos em refinarias, em detrimento de maiores gastos na exploração da área do pré-sal.
Além de Lula, a visita deve ter as presenças do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e de representantes da Casa Civil e do Ministério de Minas e Energia (MME).
As informações são da Marina Falcão do site Valor Econômico.