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Petrobras (PETR3)(PETR4): TCU rejeita pedido de solução consensual entre companhia e Unigel

Contrato entre empresas pode ser suspenso por indícios de irregulares

Edifício sede da Petrobras na Avenida Chile, centro da cidade.
Edifício sede da Petrobras na Avenida Chile, centro da cidade.

Por Rafael Cardoso, da Agência Brasil – O Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou, nesta quarta-feira (15) o pedido feito pela Petrobras (PETR3)(PETR4) de uma solução consensual no processo que trata do contrato com a Unigel.

A estatal busca um acordo para evitar a suspensão do contrato de arrendamento das plantas de fertilizantes, assinado em dezembro do ano passado.

No texto, o ministro do TCU Benjamin Zymler diz que cabe à estatal “buscar que tal solicitação seja emitida por intermédio do ministério supervisor”, o Ministério de Minas e Energia.

Segundo Zymler, como houve exoneração do diretor-presidente da companhia, Jean Paul Prates, a nova gestão da estatal deve reavaliar a conveniência e a oportunidade do pedido de solução consensual em relação ao caso.

Pela manhã, o conselho de administração da Petrobras aprovou o encerramento antecipado do mandato de Jean Paul Prates e nomeou interinamente para o cargo a diretora executiva de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti.

O Ministério de Minas e Energia (MME) indicou a engenheira Magda Chambriard para substituir Prates, mas o nome dela ainda precisa passar por análises internas da empresa, ser aprovado no conselho de administração e referendado pela assembleia dos acionistas.

 

Contrato com a Unigel

No início de abril deste ano, a área técnica do TCU pediu a suspensão do contrato entre a Petrobras e a empresa de fertilizantes Proquige Química (Grupo Unigel), por entender que havia indícios de irregularidades.

O parecer dos técnicos listou falhas nas justificativas para a realização do negócio, falta de assinatura no contrato de instâncias superiores da companhia e o fato de a Petrobras assumir os riscos do negócio em cenário de mercado desfavorável.

A avaliação foi a de que a assinatura vai trazer prejuízo de R$ 487,10 milhões no prazo de oito meses.

O contrato foi fechado no dia 29 de dezembro do ano passado, no valor de R$ 759,2 milhões, com vigência de 240 dias.

A transação foi do tipo tolling, quando existe industrialização por encomenda. A Petrobras forneceria gás e receberia fertilizante da Unigel e assumiria a responsabilidade pela comercialização.

Nesse ponto, os técnicos entenderam que haveria ônus para a estatal por ser uma operação deficitária.

O acordo refere-se às unidades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) de Sergipe (SE) e da Bahia (BA), de propriedade da Petrobras, que foram arrendadas em 2020 para a Unigel.

As fábricas estavam com operação paralisada por dificuldades financeiras.

A Fafen-BA trata-se de uma unidade de fertilizantes nitrogenados com capacidade instalada de produção de ureia de 1.300 toneladas por dia, que pode comercializar amônia, gás carbônico e agente redutor líquido automotivo (Arla 32).

A Fafen-SE possui capacidade instalada de produção de 1,8 mil toneladas de ureia por dia e pode comercializar amônia, gás carbônico e sulfato de amônio, produto também usado como fertilizante.