
A Petrobras (PETR4) deve registrar queda na produção e no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no balanço financeiro do 4º trimestre, que será divulgado nesta quarta-feira (26), após o fechamento do mercado. A XP Investimentos projeta que os resultados refletem o impacto da redução nos preços do petróleo Brent.
Segundo a casa, a companhia deverá registrar uma queda no EBITDA ajustado para US$ 10,5 bilhões, o que representa uma redução de 10% em comparação com o trimestre anterior.
A diminuição da produção e a queda nos preços do petróleo Brent são os principais motores dessa expectativa de retração.
O preço do Brent em termos de dólares foi reduzido de US$ 74,9 por barril no 3º trimestre para US$ 79,9 por barril no 4º trimestre, o que representa uma queda de 6% em relação ao trimestre anterior e de 11% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Além disso, a depreciação do real frente ao dólar resultou em preços ligeiramente mais baixos nos derivativos da Petrobras, o que também contribui para o desempenho abaixo do esperado.
De acordo com a XP, esse cenário adverso deve se refletir no lucro líquido da empresa, estimado em apenas US$ 0,8 bilhão, impactado ainda por perdas cambiais.
Por outro lado, o fluxo de caixa livre da Petrobras deverá se manter robusto, com previsão de US$ 4,4 bilhões, o que representa um yield trimestral de cerca de 5%.
Com base na política de dividendos da companhia, espera-se que o pagamento de dividendos ordinários alcance aproximadamente US$ 3 bilhões, resultando em um yield trimestral de 3,4%.
Embora o 4º trimestre de 2024 apresente desafios significativos, especialmente devido à combinação de preços mais baixos do petróleo e perdas cambiais, a XP acredita que a Petrobras mantém uma postura sólida no que diz respeito ao retorno aos seus acionistas.
A casa destaca que o pagamento de dividendos continua sendo um atrativo importante para investidores, mesmo em meio a um cenário mais difícil para a gigante do setor energético.