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Petrobras (PETR4): potencial continuidade da estratégia atual deve ser bem recebida, diz BTG

Embora as próximas quatro semanas do segundo turno entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) desempenhem um grande papel na oscilação das ações, o resultado agora parece estar em aberto, avaliaram os analistas

- Fernando Frazão/Agência Brasil
- Fernando Frazão/Agência Brasil

Na opinião do BTG Pactual (BPAC11), grande parte do forte desempenho da Petrobras (PETR4) nos últimos doze meses em comparação com outras empresas do setor e outras histórias de commodities reflete a abordagem racional da empresa para alocação de capital (com foco no pré-sal), que apoiou a distribuição massiva de dividendos em meio a um cenário macroeconômico em que o retorno de caixa está muito valorizado.

Embora as próximas quatro semanas do segundo turno entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) desempenhem um grande papel na oscilação das ações, o resultado agora parece estar em aberto, avaliaram os analistas.

Para uma estatal como a Petrobras, isso significa uma gama de possibilidades de alocação de capital à frente (e política de preços em menor grau), embora a probabilidade de preservação do status quo tenha aumentado ligeiramente, pontuaram em relatório.

Eles dizem que, caso haja redução da incerteza em torno de seu plano de negócios futuro e a visibilidade do pagamento de dividendos aumente, a ação vai continuar com desempenho muito bom.

O BTG diz que já argumenta que a capacidade de perpetuar os dividendos e a conclusão das vendas em andamento das principais refinarias poderia significar uma redução do desconto de múltiplos (ou mesmo nenhum) entre a Petrobras e os pares globais.

Atualmente, as ações são negociadas a 2,3x EV/EBITDA 2023, 30% abaixo da média de seus pares globais.

Entretanto, o banco prefere com recomendação neutra para os papéis preferenciais da estatal, com preço-alvo de R$ 41,00. 

Eles defendem uma postura mais cautelosa sobre a tese, com a justificativa de que haverão desempenhos muito distintos a depender do resultado da eleição.

Em outras palavras, o potencial tanto para cima quanto para baixo significativo leva o BTG a acreditar que o índice Sharpe implícito (retorno ajustado ao risco) do Petrobras não seria atraente neste momento, principalmente porque acreditam que o resultado final poderia facilmente eliminar qualquer melhora na percepção de risco do resultado do primeiro turno.