
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou a Petrobras (PETR3)(PETR4) a realizar a limpeza do casco do navio-sonda NS-42, embarcação escolhida para uma eventual exploração de petróleo na Margem Equatorial, região da Foz do Rio Amazonas. O prazo estipulado pelo Ibama para a conclusão do procedimento foi de três meses, até o dia 11 de junho.
A autorização foi formalizada na última segunda-feira (10) por meio de um documento assinado pela diretora de licenciamento ambiental do Ibama, Cláudia Jeanne da Silva Barros.
A operação de limpeza do casco do NS-42 envolve a remoção manual da espécie exótica de coral-sol, que se fixou no casco do navio. Para isso, mergulhadores especializados utilizarão raspadeiras manuais, conforme exigência do Ibama.
O órgão ambiental também determinou que, após a limpeza, a Petrobras (PETR3)(PETR4) realize um monitoramento detalhado do local, que abranja um raio mínimo de 50 metros ao redor da embarcação. O órgão quer identificar possíveis impactos ambientais e verificar a presença de fragmentos de coral-sol no leito marinho.
Além disso, a Petrobras (PETR3)(PETR4) deve coletar cinco quilos de amostras dos corais removidos e enviá-los para estudos genéticos no Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (USP).
Apesar da autorização, o Ibama classificou a limpeza do casco como um procedimento “de rotina“, sem relação direta com a aprovação da licença ambiental para exploração de petróleo na Margem Equatorial. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede – SP), reforçou que se trata de uma operação “corriqueira“.
Entretanto, segundo informações do jornal Valor Econômico, o processo de licenciamento ambiental para exploração na região exige que a Petrobras (PETR3)(PETR4) passe por uma Avaliação Pré-Operacional (APO), que inclui simulações de detecção de vazamento de óleo. Para essa etapa, vai ser necessária a presença do navio-sonda na área de exploração.
A Margem Equatorial, considerada uma das últimas grandes fronteiras de exploração de petróleo no Brasil, tem sido apontada por especialistas como uma região de grande potencial para descobertas de novos reservatórios. A Petrobras (PETR3)(PETR4) possui forte interesse na exploração, mas enfrenta desafios ambientais e regulatórios para obter a aprovação definitiva da licença.
Enquanto a empresa avança nas exigências do Ibama, setores ambientais e comunidades locais expressam preocupações sobre os impactos da exploração petrolífera na biodiversidade da região, que abriga ecossistemas sensíveis e ainda pouco estudados.