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Petrobras (PETR4): resta aguardar se Chambriard se alinha a Lula ou à governança, aponta analista

Jean Paul Prates não adotou uma postura completamente desvinculada de influências políticas na sua gestão, opinou Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos

Petrobras (PETR4): resta aguardar se Chambriard se alinha a Lula ou à governança, aponta analista

A demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR3)(PETR4) não surpreende os analistas, e, na visão de Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, “já era evidente um desgaste significativo no âmbito político”.

“Embora Jean Paul Prates tenha sido nomeado presidente da Petrobras com a expectativa de promover mudanças substanciais na gestão e no foco estratégico da empresa, observa-se trimestre após trimestre que tais expectativas não se concretizaram”, comentou Cruz.

O executivo destaca ainda que, nos últimos meses, tem sido observada uma defasagem relevante no preço da gasolina. Para ele, o evento evidencia que Jean Paul Prates “não adotou uma postura completamente desvinculada de influências políticas na sua gestão”.

A respeito da substituição em si, Cruz não enxerga uma compreensão clara das mudanças que serão implementadas.

“Não se sabe se houve alguma discussão prévia com Magda Chambriard sobre seus planos, uma vez que seu nome já havia sido cogitado anteriormente. As informações disponíveis indicavam seu interesse na exploração na margem equatorial, alinhado com as perspectivas de Jean Paul Prates e dos diretores da empresa”, apontou.

O estrategista-chefe acredita que “o pré-sal continua como a área de maior relevância para a expertise” da estatal.

No entanto, a defesa de alguns políticos por investimentos na indústria naval e a retomada de obras sem sucesso geram preocupações, “pois não se alinham com as estratégias viáveis para a empresa”, opina.

Para Cruz, resta aguardar se Chambriard vai estar alinhada com as expectativas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados, ou se vai seguir uma abordagem semelhante à anterior.

“O último ano foi um teste para a governança da Petrobras em diversos aspectos. Apesar das tentativas de interferência política, parte das diretrizes da empresa foi mantida, embora seja necessário reconhecer que, em certos aspectos, como a defasagem nos preços dos combustíveis, houve falhas na implementação”, concluiu.