As maiores pagadoras de dividendos da bolsa: segundo o BTG

Em um cenário de incerteza econômica, a busca por ativos que ofereçam rendimentos estáveis torna-se essencial para investidores que desejam proteção e valorização. O mercado brasileiro, especialmente o Ibovespa, tem sofrido reviravoltas, refletindo preocupações sobre o cenário fiscal e a política monetária. Segundo o BTG, essa volatilidade levou muitos investidores a se refugiarem em ações que garantem o pagamento de dividendos elevados.

Os investidores, particularmente os locais, têm buscado proteção devido ao temor de uma correção no Ibovespa, que registrou uma alta expressiva antes de recuar. Essa cautela está relacionada à possibilidade de aumentos nas taxas de juros pelo Banco Central, além de incertezas fiscais. No entanto, o BTG ressalta que empresas com forte geração de caixa e consistência no pagamento de dividendos são uma receita eficaz para mitigar o impacto da volatilidade no mercado.

Essa abordagem é especialmente relevante à medida que os cortes de juros nos Estados Unidos podem aliviar a pressão sobre as ações locais, favorecendo a continuidade da valorização de certos setores. Assim, o banco listou algumas das maiores pagadoras de dividendos, destacando empresas do setor financeiro, serviços públicos, telecomunicações e, em especial, o setor imobiliário.

Destaque para o setor imobiliário e financeiro

De acordo com o relatório do BTG, o setor imobiliário desponta como um dos grandes pagadores de dividendos, com cinco empresas entre as 20 maiores da lista. Três dessas companhias são focadas em habitação de baixa renda, enquanto as demais são voltadas para o mercado de classe média e média-alta. Essa representatividade reforça a solidez do mercado imobiliário no Brasil, que se mantém atrativo mesmo em um cenário de juros altos.

Outro setor de destaque é o financeiro, com seis empresas na lista, incluindo quatro bancos. O setor financeiro brasileiro continua sendo uma fonte confiável de distribuição de dividendos, beneficiado por sua alta geração de caixa e estrutura de capital robusta. Entre os principais nomes estão Banco do Brasil (BBAS3) e BB Seguridade (BBSE3), ambos oferecendo rendimentos acima de 10%.

Petrobras e o setor de energia

Petrobras (PETR4), tradicionalmente uma das maiores pagadoras de dividendos do país, mantém sua posição na lista, com uma previsão de Dividend Yield de 10%. A estatal, que atravessa um processo de reformulação estratégica, continua sendo uma opção atraente para os investidores que buscam retorno com dividendos, especialmente em um momento de recuperação dos preços internacionais do petróleo.

No setor de energia elétrica, CPFL (CPFE3) e Taesa (TAEE11) se destacam como grandes geradoras de valor para seus acionistas. Empresas de energia são conhecidas pela estabilidade nos pagamentos de dividendos, devido à previsibilidade de receitas e sua importância estratégica no fornecimento de eletricidade ao país. A tendência de longo prazo para essas companhias indica que elas continuarão sendo uma opção sólida para investidores focados em dividendos.

Telecomunicações e small caps também se destacam

O setor de telecomunicações é representado por Vivo (VIVT3) e TIM (TIMS3), ambas com previsões de Dividend Yield de 8% e 9%, respectivamente. As empresas de telecomunicações têm se beneficiado do aumento na demanda por conectividade e serviços digitais, o que impulsiona seus resultados e garante a continuidade na distribuição de dividendos.

Entre as small caps, Plano & Plano (PLPL3) e Direcional (DIRR3), duas empresas do setor imobiliário, aparecem como destaques, com Dividend Yields estimados em 13% e 10%, respectivamente. Essas companhias, focadas no segmento de habitação popular, têm conseguido aproveitar as oportunidades geradas pelo programa Casa Verde e Amarela, que impulsiona a demanda por imóveis de baixa renda.