O Santander (SANB11) deve começar a apresentar melhora no lucro e rentabilidade, mesmo que de forma gradual, já neste terceiro trimestre. É o que aposta a Genial Investimentos, que estima um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões para o período, aumento trimestral de 25,4%.
Para a casa, esse resultado deve ser impulsionado por uma melhor margem com o mercado, despesas em níveis mais controlados, mas, principalmente por uma redução nas provisões para perdas de crédito (PDD) – reflexo da melhor performance das novas safras de empréstimos.
Apesar de prever uma melhora no retorno sobre capital (ROE), dos 10,9% do segundo trimestre para 13,5% no terceiro, a Genial observa que o indicador segue bem abaixo de outros pares, como Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), que possuem retorno na casa de 20%.
O ROE do Santander também seguiria abaixo dos 15,2% reportado um ano antes.
Além disso, os analistas da casa esperam crescimento trimestral de 2,1% e anual de 5,3%, “ainda em um ritmo tímido”, para a carteira de crédito.
Para eles, o fluxo é mais retraído devido à maior seletividade e pelo cenário macroeconômico ainda conturbado, refletindo em um elevado nível de endividamento e comprometimento de renda das famílias.
O leve crescimento deve refletir uma expansão mais forte de empréstimos consignados, crédito rural, imobiliário, pequenas e médias empresas e a retomada de testes da carteira de cartões.
“Ademais, as novas safras estão performando melhor em inadimplência que as safras antigas, o que, em nossa visão, pode elevar o apetite de risco da companhia mais à frente”, comenta a casa.
Quanto à receita de juros, a margem com clientes ainda tende a sofrer com a pressão de volumes fracos e custos de funding elevados, com a Selic ainda alta.
A margem com o mercado, por sua vez, não deve ter melhora significativa como no trimestre passado. A Genial estima um leve aumento de 1,3% nas receitas consolidadas, em termos trimestrais, e de 9,2%, em bases anuais.
Para PDD, a análise projeta uma queda de 2% em relação ao segundo trimestre de 5,6% ante o mesmo período do ano passado – a primeira desse ciclo de crédito.
“Pela performance das novas safras, esperamos que a inadimplência comece a entrar em patamares de estabilidade para o trimestre, com uma inadimplência acima de 90 dias de 3,3%”, destacou a casa.
Sobretudo, essa linha do balanço deve ser impactada positivamente pela recuperação de crédito, por meio do programa Desenrola, além de uma melhor performance das novas safras de empréstimos, o que reduz a necessidade de provisões.
"Com essa perspectiva de melhora, vemos as ações do Santander negociando apenas 7,0x P/L 24E (vs 9,3x P/L para 2023), patamar mais parecido com os múltiplos do Itaú. Com a estabilização ou melhora da inadimplência, esperamos que o banco gradualmente recupere rentabilidade, que representa crescimento de lucro e de patrimônio ajudando a deixar seus múltiplos de P/L e P/VP mais atrativos para além de 2024", conclui a casa.
Com isso, a recomendação para as ações SANB11 sai de vender para manter com preço-alvo a R$ 29,40.
Nesta segunda-feira (23), por volta das 11h30, os papéis operavam em alta de 0,99%, cotados a R$ 26,47.