Balanços

Santander (SANB11): units despencam mais de 5% e Levante avalia 3º tri como "decepcionante"

Lucro de R$ 3,12 bilhões entre julho e setembro foi 23,5% menor que o informado no mesmo período de 2021

- REUTERS/Amanda Perobelli
- REUTERS/Amanda Perobelli

O Santander Brasil (SANB11) computou um lucro líquido de R$ 3,122 bilhões entre julho e setembro, montante 23,5% menor do que o informado no mesmo período do ano passado. Com isso, as units da companhia recuavam 5,62%, às 10:19 desta quarta-feira (26).

O retorno gerencial sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 15,6% no terceiro trimestre.

A margem financeira bruta finalizou o trimestre em R$ 12,6 bilhões, uma leve contração trimestral de 1,4%.

A queda foi resultante de uma deterioração da margem com clientes de 1,0% para R$ 14,1 bilhões, dado um mix de produtos menos arrojado e, consequentemente, com um spread médio menor, 10,7% – queda de 0,76 p.p.–, em paralelo à estabilização da margem de operações com o mercado negativa em R$ 1,5 bilhão, 2,1% mais negativa do que o último trimestre, que mostra o alto grau de sensibilidade do balanço do banco à tendência de juros.

Em relação à evolução da carteira de crédito, foi observado um crescimento em pessoa física de 2,4%, que finalizou o período em R$ 220,4 bilhões (45,5% do total da carteira não ampliada, uma redução de 0,4 p.p. contra o trimestre anterior).

Dentre os destaques do segmento, houve evolução do crédito rural em 7,9%, encerrado com 4,4% do mix de PF, e do crédito consignado em 3,7%, 26,1% do mix PF.

Por outro lado, a carteira de cartão de crédito retraiu 0,2% no trimestre, e fechou em 20,2% do mix. Já o crescimento da carteira pessoa jurídica foi de 5,1% no trimestre, a R$ 195,9 bilhões (40,5% do total da carteira não ampliada, alta de 0,7 p.p. contra o segundo trimestre). 

Em linhas gerais, para a Levante Investimentos, o Santander apresentou um resultado decepcionante, novamente.

Mesmo com uma inadimplência relativamente em linha com o esperado, o banco sofre com a tendência de juros e seus impactos na margem com o mercado, avaliam os analistas.

Em paralelo, para a Levante, a margem com clientes apresentou uma considerável contração de spread, em linha com a estratégia de redirecionamento de carteira do banco, pautada em maior originação de crédito para linhas de menor risco – menos rentáveis -.

Com um aumento de carteira de 6,1% em grandes empresas, o banco cresce a exposição em um segmento que está com nível de inadimplência extremamente abaixo da média histórica, mas que ainda não mostra sinais de incremento na margem segundo os últimos relatórios do Bacen.

Dito isso, a Levante espera que, nos próximos releases deveremos acompanhar a manutenção dessa estratégia em detrimento dos spreads e se, de fato, o banco pode surfar alguma vantagem por já estar posicionado em um segmento de menor risco frente a um cenário esperado de crédito mais adverso para o segmento pessoa física.