A São Martinho (SMTO3) reportou, na última segunda-feira (17), que teve um lucro líquido de R$ 627,3 milhões no quarto trimestre da safra 2023/24, quadruplicando o resultado do mesmo período do ciclo anterior, graças à entrada de duas parcelas dos precatórios da ação da Copersucar contra o extinto Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).
No mesmo período da safra 2022/23, o lucro foi de R$ 151,9 milhões. Sem os precatórios, o lucro teria sido de R$ 80 milhões.
A antecipação da última parcela do segundo precatório do IAA para março e o reconhecimento de um precatório adicional impulsionaram o resultado.
Operacionalmente, a companhia aumentou os ganhos com o açúcar, compensando os baixos preços do etanol no país. A receita líquida subiu 33,4% para R$ 2,4 bilhões, e o EBITDA (lucro antes juros) ajustado cresceu 25,8% para R$ 1,1 bilhão.
No total da safra, o lucro líquido aumentou 45% para R$ 1,5 bilhão, e o lucro caixa cresceu 8,5% para R$ 1,4 bilhão. O conselho de administração propôs uma distribuição de dividendos de 25% do lucro líquido, com a remuneração aos acionistas chegando a 50% do lucro caixa.
A safra terminou com um faturamento de R$ 6,9 bilhões, 4,2% acima do ciclo anterior, e um EBITDA ajustado de R$ 3,1 bilhões, uma queda de 8,5%.
O preço médio do etanol caiu 29,1% para R$ 2.433,60 por metro cúbico, impactando os resultados operacionais, incluindo perdas na operação de etanol de milho.
Para a próxima safra, a São Martinho espera operar a plena capacidade da Usina Boa Vista, processando 495 mil toneladas de milho e produzindo 200 milhões de litros de etanol, com uma redução nos custos de matéria-prima.
Na operação de cana, a empresa prevê uma moagem 2,9% menor, compensada por uma maior concentração de sacarose, resultando em um aumento de 5,9% na produção de açúcar e uma redução de 5,1% na produção de etanol de cana.