Às 10:32 desta sexta-feira, 18 de agosto, as ações de Tenda (TEND3) caíam 1,23%, ao preço de R$ 12,03. O movimento, contudo, não detinha a forte valorização positiva no acumulado do ano.
Os papéis saltaram do patamar de R$ 4,10 cada, ao fim da sessão de 2 de janeiro, e chegaram a R$ 12,18, ao fim da sessão da última quinta-feira, 17 de agosto – um salto de 193,41% no período recortado.
A valorização era maior até a última sexta-feira, 11 de agosto, quando as ações chegaram a valer R$ 14,15 por unidade – mais de 245% de valorização. Mas, e agora? Para onde vão as ações?
Follow-on a caminho?
A Tenda (TEND3) comunicou a intenção da realização de potencial oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias de sua emissão no valor de, aproximadamente, R$200.000.000,00, com previsão de um lote adicional de até R$ 50.000.000,00.
A construtora quer captar recursos a serem destinados à melhora da estrutura de capital da companhia, pela redução de seu endividamento.
Nenhuma decisão final a respeito da efetiva realização da potencial oferta ou de qualquer operação desta natureza foi tomada pela companhia, e a mesma está sujeita, entre outros fatores, às condições do mercado de capitais brasileiro, à obtenção das aprovações necessárias, como as aprovações societárias e, se for o caso, de terceiros aplicáveis, às condições políticas e macroeconômicas favoráveis, ao interesse de investidores, dentre outros fatores alheios à vontade da companhia.
Adicionalmente, a companhia informa que se encontra em negociações avançadas com importantes credores para renegociação de suas dívidas, que envolvem novas emissões de dívida de até R$ 300.000.000,00 para a melhora da estrutura de capital com a otimização do passivo da companhia, assim como a liquidação antecipada de parte de suas dívidas de vencimento de curto e médio-prazo.
O que pensa o BTG Pactual sobre a operação?
O BTG Pactual preferiu manter-se neutro em relação aos papéis, com preço-alvo de R$ 6,00.
Analistas avaliam que a operação tem o potencial de reduzir a alavancagem de 94% da relação entre dívida líquida e patrimônio líquido, relativos ao segundo trimestre, a uma faixa de 42,00% – 50,00% (proforma).
Além disso, seria antecipado o pagamento de debêntures que vencem em breve (principalmente TEND 14 e TEND 16).
Analistas do banco de investimentos destacam que a construtora acredita que essa injeção de capital vai resolver seus problemas de alavancagem e permitir que retome o crescimento de suas operações à luz de uma melhor acessibilidade.
Mudanças recentes positivas no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) fizeram a empresa ficar confiante em voltar a cerca de 20 mil casas por ano e melhores perspectivas de rentabilidade para margem/ROE.
Balanço 2T
A Tenda (TEND3) registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 10,5 milhões no segundo trimestre deste ano, um arrefecimento em relação às perdas líquidas de R$ 114,4 milhões apuradas em igual período de 2022.
O EBITDA (sigla em inglês para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), em termos ajustados e consolidados, somou R$ 47,7 milhões – uma melhora na comparação com o resultado negativo de R$ 32,3 milhões apontado na categoria no intervalo entre abril e junho retrasados.
A receita líquida consolidada avançou 13,3% em um ano, a R$ 710,5 milhões.