
A XP Investimentos iniciou a cobertura das ações da Vivo (VIVT3) com recomendação neutra e preço-alvo para o final de 2022 de R$57 por ação, implicando um potencial de 17%.
Conforme relatório publicado pelos analistas de Tech, Media e Telecom (TMT) Bernardo Guttmann e Marco Nadini e por Marcella Ungaretti, head de Research ESG, apesar da execução sólida no FTTH (Fiber to the Home) ajudando a compensar o peso dos serviços legados em declínio (banda larga ADSL, voz fixa e DTH), a XP inicia com neutro devido à baixa visibilidade no ritmo de crescimento da receita.
"No entanto, reconhecemos a sólida execução em seu core business (Móvel e FTTH) que pode levar a uma reprecificação, principalmente após a consolidação de mercado com a aquisição de parte da Oi Móvel", dizem os especialistas.
No primeiro trimestre de 2021 (1T21), a Vivo conseguiu reverter sua tendência de queda na receita líquida, refletindo os esforços para compensar a queda nos serviços non-core. Além disso, a empresa tem conseguido defender sua liderança na telefonia móvel, tendo um grande domínio no mercado pós-pago (37% de market share).
Como riscos positivos para a tese, o relatório ressalta a nova fase da indústria, que deve ser marcada por maior disciplina de capital e outras sinergias decorrentes da consolidação do mercado e novos fluxos de receita além da conectividade aproveitando sua base de clientes e oportunidades no 5G.
Mas por que neutro?
Segundo a XP, a análise ainda não incorpora a aquisição da Oi Móvel e os especialistas preferem aguardar o fechamento da transação, que deve ocorrer até maio, e os sinais da empresa quanto à potencial sinergia.
"Em nossos cálculos, a aquisição da Oi poderia somar até R$ 6/ação ao nosso preço-alvo. Apesar de bem precificada, vale destacar as características defensivas da empresa e sua forte geração de caixa traduzida em altos dividendos (dividendo de cerca de 7% em 2021).