Na segunda-feira (16), o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD-MG), revelou que a BHP, a Samarco e a Vale (VALE3) estão próximas de fechar um acordo global de reparação e compensação pelo rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais (MG).
O valor total do acordo poderia alcançar impressionantes R$ 167.000.000.000,00.
Esse montante inclui dinheiro novo, obras a cargo das mineradoras e pagamentos já realizados.
Como as partes chegaram à essa proposta?
Em entrevista à rádio Itatiaia, Silveira informou:
“Agora nós chegamos a R$ 100.000.000.000,00 de dinheiro novo, e se falava em R$ 49.000.000.000,00 em 2022…”.
Essa declaração confirma uma reportagem da Reuters publicada no início de setembro, que indicava que os recursos novos somariam 100 bilhões de reais.
O acordo está previsto para ser formalizado em outubro.
O que BHP, Samarco e Vale aguardam com o acordo?
A Vale afirmou que as negociações estão avançadas e expressou confiança de que um acordo final com as autoridades brasileiras será alcançado ainda em outubro.
Por sua vez, a BHP demonstrou otimismo, e afirmou que espera que um acordo definitivo seja fechado “em breve” e reiterou seu compromisso com uma reparação justa e integral para as comunidades afetadas e para o meio ambiente.
A Samarco também se manifestou e afirmou estar “empenhada na reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão”.
A empresa destacou que as negociações continuam em andamento e expressou confiança de que as partes envolvidas chegarão a um consenso em breve.
Novos compromissos financeiros são aguardados para todas as partes, inclusive Vale (VALE3)
O montante de novos recursos propostos supera aos R$ 82.000.000.000,00 inicialmente ofertados pelas companhias para compensar o desastre, conforme a última proposta feita em junho.
Alexandre Silveira revelou que a proposta atual inclui um compromisso adicional de R$ 30.000.000.000,00 para a execução de obrigações que permanecerão sob responsabilidade das mineradoras.
Anteriormente, a previsão era de um aporte de R$ 21.000.000.000,00 para essas atividades, que incluem, por exemplo, a retirada de rejeitos do rio Doce.
Indenização de famílias
O ministro também destacou que, dos R$ 30.000.000.000,00, parte dos recursos vai ser destinada para indenizar novas 250.000 famílias afetadas.
Silveira mencionou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tratou pessoalmente do aumento do valor da indenização, que passou de R$ 18.000,00 para R$ 30.000,00.
Ele acredita que o acordo pode ser concluído ainda este ano.
Investimentos compensatórios
As mineradoras já investiram aproximadamente R$ 37.000.000,00 em ações compensatórias e indenizatórias desde o rompimento da barragem até junho deste ano.
Histórico do desastre
O colapso da barragem da Samarco em Mariana ocorreu em 5 de novembro de 2015, resultou na morte de dezenove pessoas e deixando centenas de desabrigados.
O desastre afetou florestas, comunidades e rios, inclusive o rio Doce, que deságua no litoral do Espírito Santo.
As informações são de Reuters.