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Vale (VALE3): por que o BTG não acredita na distribuição de dividendos extraordinários?

A cotação das ações tem permanecido próxima das mínimas históricas, e a empresa vê sua posição entre as empresas de mineração mais valiosas do mundo cair

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A cotação das ações da Vale (VALE3) tem permanecido próxima das mínimas históricas, e a empresa vê sua posição entre as empresas de mineração mais valiosas do mundo cair.

Em relatório, o BTG Pactual (BPAC11) atribuiu esse movimento a incertezas em relação ao processo de sucessão, a provisões adicionais e ao potencial para dividendos extraordinários à frente.

Contudo, analistas creem que o preço atual das ações reflete adequadamente esses riscos, e, em razão disso, mantêm recomendação de compra, uma vez que veem assimetria em seu perfil na relação entre risco e recompensa.

E aí, quem vai ser o novo CEO?

Sobre a gestão da mineradora, analistas interpretam que um risco residual foi evitado uma vez que uma interferência governamental parece cada vez menos provável. 

"Aparentemente, parece haver uma divisão relevante entre os membros do conselho de adminnistração da empresa quanto a quem deveria ser o próximo CEO. Para nós, isso sugere um cenário mais desafiador para a coesão e o consenso sobre tópicos relevantes", comentaram Caio Greiner e Leonardo Côrrea. 

Samarco

Eles sinalizam ainda que a provisão atual da Vale de US$ 3 bilhões para Samarco está prevista para aumentar a curto prazo a US$ 5 bilhões – US$ 6,5 bilhões durante o trimestre, e observam que a empresa não tem obrigação formal de atender à última provisão da BHP de US$6,5 bilhões para Samarco.

"Investidores já assumem saídas totais referentes a uma renegociação da Samarco de US$ 5 bilhões – US$ 6 bilhões, então as novas provisões provavelmente já estão adequadamente precificadas. Não há garantia de que os números finais não aumentem ainda mais, mas isso dependeria, em última análise, de como as negociações entre as partes evoluem a partir daqui", acrescentaram.

Dividendos: quando a mineradora vai distribuir lucro aos acionistas?

Côrrea e Greiner não acreditam em distribuição de dividendos extraordinários no primeiro semestre.

Diante das incertezas adicionais em torno das provisões e responsabilidades, esperam que a equipe de gestão da Vale adote uma abordagem mais prudente em relação aos retornos de caixa entre janeiro e junho deste ano.

"Calculamos que a Vale encerra 2023 com uma dívida líquida expandida de aproximadamente US$ 15 bilhões (em comparação com uma faixa-alvo de US$ 10 bilhões – US$ 20 bilhões), o que acreditamos poderia limitar dividendos extraordinários no curto prazo, até que haja mais visibilidade sobre essas fontes de saída", explicaram.

Junto com os resultados do quarto trimestre do ano passado, os analistas esperam que a mineradora anuncie dividendos mínimos na faixa de US$ 2,70 bilhões, o que implica um rendimento decente de 4,6% no semestre.

Para o segundo semestre, acreditam que os dividendos extraordinários ainda estão amplamente em jogo e preveem dividendos superiores a US$ 4 bilhões para o período (rendimento total acima de 10% para 2024).