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Vale (VALE3) prevê R$ 29 bilhões para gastos com barragens até 2035

Mineradora quer descaracterizar 30 minas do método montante

- Divulgação
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Para descaracterização das barragens construídas pelo método a montante, a Vale (VALE3) prevê um desembolso da ordem de R$ 29 bilhões, entre 2019 e 2035. A mineradora planeja fazer a descaracterização das suas 30 unidades a montante.

Desse total, R$ 7 bilhões foram gastos até 2023, segundo Frank Pereira, diretor de engenharia geotécnica da mina Mar Azul da Vale.

Das unidades a montante, 27 estão em Minas Gerais, das quais dez já foram eliminadas. Outras três ficam no Pará e todas foram descaracterizadas. “Neste ano devemos terminar a descaracterização dos Diques 1A e 1B, em Itabira, e da Barragem B3/B4, em Nova Lima", afirmou Pereira.

Na Barragem B3/B4, 91% dos rejeitos já foram retirados e levados para uma cava. A barragem tem capacidade para 3,4 milhões de metros cúbicos de rejeitos, dos quais 3 milhões foram retirados.

A estrutura está hoje no nível 1 de emergência, o mais baixo de uma escala de um a três. Marcel Pacheco, gerente geral de operações de rejeitos B3/B4 da Vale, disse que a retirada do rejeito deve ser concluída após o período de chuvas, que termina em abril. A expectativa é concluir até o segundo semestre – três anos antes da previsão inicial. Após essa etapa, a Vale vai solicitar vistoria para tirar a barragem do nível 1 de emergência.

Das 30 estruturas que a Vale vai eliminar, seis estão em nível 1 de emergência, quatro estão em nível 2 e duas estão em nível 3 – Forquilha III e Sul Superior. O restante não está em nível de emergência. A meta da mineradora é tirar as barragens do nível 3 até 2025

A retirada de rejeitos da Barragem B3/B4 é feita com equipamentos não tripulados, controlados por uma equipe que fica a 15 quilômetros de distância, no centro de operações remotas, em Belo Horizonte.

Pacheco disse que os equipamentos são operados por profissionais que antes operavam as máquinas na mina. Na B3/B4 são usados 24 equipamentos autônomos. Nas minas de Barão de Cocais e Gongo Soko são usados 27 equipamentos.

A Vale também investe para reduzir a geração de rejeitos e reaproveitá-los, De janeiro a setembro de 2023, cerca de 78% da produção de minério foi a seco, o que equivale a 168 milhões de toneladas produzidas sem gerar rejeitos. Em Minas Gerais, 54% da produção é a seco. No Pará, são 96%.

Sobretudo, o modelo de barragem a montante é o mesmo usado na Barragem da Mina Córrego do Feijão da Vale, em Brumadinho (MG), que se rompeu em 2019 e matou 272 pessoas, bem como da barragem de Fundão, em Mariana (MG), da Samarco, que se rompeu em 2015 matando 19 pessoas e causando um desastre ambiental sem precedentes.

As informações são do Valor Econômico.