O conselho de administração da Vale (VALE3) se reúne excepcionalmente nesta sexta-feira (2) para discutir a sucessão à frente da mineradora, mas existe uma tendência de que decisões não se esgotem nesta ocasião e que um encontro possa ser agendado para a próxima semana ou após o feriado de Carnaval, informou o blog do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
De acordo com a apuração, Eduardo Bartolomeo, atual CEO, “ tem feito intensa campanha para continuar” à frente da companhia. Seu único rival postulante citado pela matéria foi Luís Henrique Guimarães, ex-presidente da Cosan (CSAN3) e membro do conselho de administração.
Jardim comenta ainda sobre os rumores de que o mandato de Bartolomeo pode ganhar um “ mini mandato de um ano”, caso não haja deliberação pela renovação de sua gestão por mais três anos. O jornalista informa que o novo modelo de contrato tem sido discutido internamente.
Por essa fórmula, fica mantido o mandato de três anos, mas passam a vigorar cláusulas mais rigorosas de resultados anuais. Ou seja, o tempo de mandato do CEO permanece o mesmo, mas avaliações anuais serão feitas e podem levar o presidente a ter que sair antes.
Mas esse modelo, se for aprovado pelo colegiado, valeria para qualquer um que vier a presidir a Vale, não somente para Bartolomeo, declarou o jornalista.
Na apuração, Jardim informa que, caso não seja decidido mais um mandato para o atual CEO, a reunião – tanto quanto a desta sexta-feira, ou uma próxima – pode decidir pela contratação de uma empresa internacional de head hunter, que levaria ao conselho de administração uma relação de três executivos para que um nome possa ser escolhido.
O processo de escolha, como indica o blog, passa longe das pressões políticas a qual a mineradora foi submetida até a última semana. Jardim crava que o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD-MG), telefonava para acionistas relevantes em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para emplacar Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, como diretor-presidente.
Uma outra possibilidade seria um assento no conselho de administração. Nem um, nem outro. “O impacto dessa intromissão indevida numa empresa privada levou o governo a recuar”, afirmou Jardim.
As informações são do blog do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.