A Levante reiterou sua recomendação de compra para as ações de Vale (VALE3), em meio às especulações de que a mineradora aprovou uma proposta do Fundo de Investimento da Arábia Saudita para a venda de 10% da unidade de operações de metais básicos (cobre e níquel).
Em relatório, os analistas Enrico Cozzolino, Flávio Conde e Luis Nuin relembram que o montante de US$ 2,5 bilhões proposto pelo fundo veio em linha com o estimado pela empresa para viabilizar a transação.
O fundo Saudita teria superado na disputa a Mitsui do Japão, um fundo de Investimentos do Qatar e outros concorrentes, de acordo com informações veiculadas na imprensa.
Para a casa, “a Vale tem um grande valor a ser destravado do seu negócio de metais básicos e, com a conclusão da parceria, isso deve começar a acelerar”.
“Assim, espera-se ampliação das receitas da companhia, que atualmente vem majoritariamente de seu principal produto, o minério de ferro”, complementam os analistas.
Para 2023, a Vale espera uma produção, divulgada no seu guidance, de 315 milhões de toneladas.
Sobre as dificuldades enfrentadas pela China, seu principal mercado, acreditam que o governo vai continuar com seus investimentos na construção civil e em seu parque industrial, na busca de uma retomada do crescimento.
De acordo com a Levante, a iniciativa mantém o preço do minério de ferro elevado, em negócio próximo de US$ 112,00 por tonelada.
Sobre a atual cotação do dólar (R$ 4,78), Cozzolino, Conde e Nuin opinam que o patamar permite a mineradora a continuar com sua forte geração de caixa.
“A mineradora segue com um baixo endividamento, e com isso deve manter sua média dos últimos três anos de dividend yield (DY) em torno de 11% para os próximos doze meses”, completaram.