Mesmo com os papéis da Weg (WEGE3) em um crescimento impressionante na B3 por conta do igualmente expressivo desempenho da companhia no mercado. Nos últimos 12 meses, a multinacional de origem sulista parece ter deixado um pouco a desejar em termos de valorização, analisa a Empiricus Research.
Isso porque, enquanto o principal índice utilizado para comparar ações (Ibovespa) subiu 15%, ela caiu cerca de 9%.
Na análise da casa, isso pode parecer um bom motivo para afugentar os investidores em 2024, porém, não é isso o que deve acontecer. Já que a Weg continua sendo a ‘queridinha’ da Faria Lima e outros pólos financeiros espalhados mundo afora, segundo o analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer.
Segundo ele, trata-se de uma empresa resiliente e com alto potencial de lucro.
“A Weg cresce mais de dois dígitos ao ano há quase duas décadas. É um crescimento acelerado que ganhou ainda mais corpo na pandemia porque os competidores não estavam conseguindo atender a demanda. Em 2023, essa história começou a mudar porque as coisas se normalizaram. O que estamos vendo agora é apenas uma desaceleração de um desempenho anormal”, comenta.
Harry Schmelzer Jr, CEO da fabricante de equipamentos para o setor elétrico, acredita que esse período de normalização deve continuar em 2024, mas logo se encerrar no ano seguinte. “Para 2025, o cenário é mais positivo, com bons padrões de PIB globais, que devem impulsionar a demanda”.
Quando isso acontecer, entretanto, já não será ele o responsável por conduzir a companhia: em abril, o atual superintendente da divisão de motores elétricos industriais, Alberto Kuba, assume seu posto.
“Nesse momento do anúncio da minha sucessão, me vem uma lembrança. Quando assumi a presidência, o Décio [à época CEO e agora membro do conselho] me deu um quadro com uma corrida de revezamento. Foi muito simbólica essa forma de ‘passar o bastão’. Hoje, chegou o meu momento de ‘entregá-lo’ para o próximo presidente e fico muito contente que a WEG teve vários ‘atletas’ considerados para essa corrida”, disse Schmelzer Jr.
Dentre os desafios a serem enfrentados por Kuba, destacam-se a incorporação da Regal Rexnord (maior aquisição da empresa até o momento) e os investimentos nas frentes de mobilidade elétrica e transmissão/distribuição de energia.
Vale a pena ter a WEG na carteira?
Para o time da Empiricus Research, “os executivos apresentaram um portfólio de produtos que podem ganhar corpo” e a mudança de liderança não representa um empecilho para a continuidade do bom desempenho da empresa.
Por isso, defendem categoricamente que vale a pena incluir ou manter WEGE3 na carteira em 2024.
Nesse sentido, a companhia continua na lista de 10 ações recomendadas da casa.