Os influenciadores de finanças abordaram produtos financeiros em 96,8 mil publicações realizadas no primeiro semestre de 2023, aumento de 25% em relação aos seis últimos meses de 2022.
Produtos financeiros foram mencionados em 31% das 313,9 mil publicações mapeadas para a quinta edição do Finfluence – segmento de influencers que falam de investimentos nas redes sociais.
O estudo foi feito pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), em parceria com o Ibpad (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados).
No total, 508 dos 515 influenciadores monitorados mencionaram produtos específicos em suas postagens, que tiveram um engajamento médio de 4,4 mil curtidas, comentários e compartilhamentos por post.
"O primeiro semestre de 2023 ficou marcado pelos casos Americanas e Light, que motivaram uma busca mais intensa por conteúdos que contemplassem opções para mitigar os riscos associados à renda variável e ao crédito privado. Polêmicas relacionadas a criptomoedas, envolvendo inclusive famosos, alavancaram a produção de conteúdo sobre o produto", explica Amanda Brum, gerente-executiva de Comunicação, Marketing e Relacionamento com Associados da ANBIMA.
Há diferenças entre os produtos mais citados pelos influenciadores e os que o público mais interage. Enquanto 93% das menções são concentradas em renda variável, o engajamento é, em média, 118% maior quando o conteúdo abrange renda fixa.
“Esse descolamento entre o que é mais falado e o que gera mais engajamento é uma característica dos influenciadores de finanças. Enquanto em outros segmentos de marketing de influência os produtores de conteúdo costumam produzir sobre assuntos que estão bombando, os finfluencers se mantêm fiéis aos seus nichos. Afinal, se um influenciador é especialista em criptomoeda, ele não vai passar a falar de renda fixa só porque é o assunto que mais atrai o seguidor”, aponta Brum.
As criptomoedas ocuparam o pódio entre os dez produtos mais citados pelos influenciadores e responderam por 26,1% do volume de postagens.
A interação média foi de 2.988 por post, apenas o oitavo lugar na preferência do público. As moedas (dólar, euro, real etc) aparecem na sequência entre os produtos mais citados pelos influenciadores, com 25,9% do volume de postagens. No entanto, estão na sétima posição em engajamento, somando 5.039 interações médias.
Postagens sobre CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) foram as que mais engajaram a audiência, com cerca de 10.956 interações médias por post, nos primeiros seis meses do ano.
O produto conquistou o lugar de imóveis, que foi líder de interações médias no segundo semestre de 2022, mas caiu para quinto lugar nesta edição do relatório. Apesar de serem os preferidos do público, os CDBs são a última escolha dos influenciadores para produção de conteúdo. O Tesouro Direto tem a segunda melhor média de interações, com 10.175 e está em oitavo lugar entre os produtos mais citados dos finfluencers.