Por Dhirendra Tripathi e Ana Julia Mezzadri, da Investing.com – As ações dos EUA fizeram uma pausa no início da quarta-feira (3) e então dispararam em alta depois que o Federal Reserve deixou as taxas de juros inalteradas e anunciou que começaria a reduzir suas compras mensais do título, um reconhecimento de que a economia dos EUA estava bem no seu caminho de recuperação.
Mas o presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu que os desafios permanecem.
O Fed começará a cortar nas suas compras de títulos pouco a pouco, começando este mês, com o objetivo concluir os cortes em algum ponto do próximo ano. Powell repetiu o seu mantra, frequentemente citado, de que os aumentos de preços seriam "transitórios" e não exigirão mudanças rápidas nas taxas de juros.
Mas o Fed apontou para as dificuldades globais da oferta, dizendo que elas deveriam se acalmar para que os preços baixassem.
"À medida que a pandemia retrocede, os gargalos da cadeia de suprimentos diminuirão e o crescimento do emprego voltará a apresentar alta", disse Powell durante uma coletiva de imprensa. "E, enquanto isso acontece, a inflação vai diminuir em relação aos níveis elevados de hoje. É claro que o momento para isso é extremamente incerto".
Wall Street no geral ignorou as preocupações em torno do aumento das pressões sobre os preços. Os fortes ganhos do terceiro trimestre e as perspectivas positivas levaram as ações dos EUA a registrarem novos recordes nos dias recentes.
Os empregadores privados norte-americanos mantiveram suas contratações em outubro, de acordo com o relatório de folhas de pagamentos privadas da ADP, que foi divulgado dois dias antes do relatório de empregos do governo para outubro, objeto de forte antecipação.
No Brasil, o Ibovespa fechou quase estável, enfraquecido pela forte queda das ações da Vale (SA:VALE3). Os temas que ocuparam a atenção do mercado nesta quarta foram a ata do Copom, que mostrou que o Banco Central avaliou um aumento superior a 1,5 p.p. da Taxa Selic, e a possibilidade de votação da PEC dos Precatórios, que tem potencial de ditar o tom do mercado amanhã.
Os investidores brasileiros ainda estarão atentos, na quinta, aos dados de produção industrial, PMI Composto e PMI de Serviços de outubro.
Aqui estão quatro assuntos que podem afetar os mercados na próxima quinta-feira (4):
1. Itaú
O balanço do terceiro trimestre mais aguardado do dia é o do Itaú (SA:ITUB4). As expectativas de BTG Pactual, XP e Genial Investimentos para o lucro líquido do banco variam entre R$ 6,26 bilhões e R$ 6,62 bilhões, o que representaria avanço em relação ao mesmo período do ano passado.
O mercado estará de olho ainda, entre o fechamento de hoje e a abertura de amanhã, nos resultados de Arezzo (SA:ARZZ3), Unidas (SA:LCAM3), CSN (SA:CSNA3), CSN Mineração (SA:CMIN3), PetroRio (SA:PRIO3), Ultrapar (SA:UGPA3), Pão de Açúcar (SA:PCAR3), Cielo (SA:CIEL3), AES Brasil (SA:AESB3), Pague Menos (SA:PGMN3), Marcopolo (SA:POMO4), Copasa (SA:CSMG3), Rede D'Or (SA:RDOR3) e Banco ABC Brasil (SA:ABCB4).
2. Uber
A receita da Uber Technologies Inc (NYSE:UBER) (SA:U1BE34) no terceiro trimestre deve ser de US$ 4,42 bilhões, com uma perda por ação esperada de US$ 0,34. Mas sua concorrente, a Lyft (NASDAQ:LYFT) divulgou um bom retorno na demanda para o trimestre, de modo que que os analistas estarão atentos ao desempenho da Uber.
3. Airbnb
Espera-se que a Airbnb Inc (NASDAQ:ABNB) (SA:AIRB34) anuncie um lucro por ação (LPA) para o terceiro trimestre de US$ 0,72, sobre receitas de US$ 2,06 bilhões, de acordo com analistas acompanhados pelo Investing.com. Os analistas querem ouvir como a temporada de viagens de fim de ano está se firmando em termos de reservas.
4. Square
Espera-se que a receita do terceiro trimestre da Square (NYSE:SQ) (SA:S2QU34) alcance US$ 4,38 bilhões, com lucro por ação chegando a US$ 0,36.