O mercado financeiro brasileiro passará por uma transformação no ano que vem com a chegada da Base Exchange, nova bolsa de valores sediada no Rio de Janeiro, segundo a Reuters.
O início dos testes está previsto para o início de 2025, com o lançamento oficial planejado para o segundo semestre do mesmo ano.
A Base Exchange substituirá a B3?
Mais de duas décadas após a fusão da segunda maior bolsa do país com a paulista Bovespa, que deu origem à B3 (B3SA3), a Base Exchange será a primeira grande alternativa no mercado de capitais brasileiro.
Controlada pelo fundo Mubadala, de Abu Dhabi, a nova bolsa promete trazer competitividade ao setor.
Além disso, o presidente-executivo da Base Exchange, Claudio Pracownik, destacou a importância da competição no setor: “Evidentemente, há espaço para competição. Competição traz segurança.”
A bolsa Base Exchange inicialmente negociará ações, fundos imobiliários e fundos de índice (ETFs), utilizando sua própria estrutura de compensação e liquidação.
Em etapas futuras, pretende ampliar os serviços para incluir negociação de futuros e derivativos. Apesar de planejar serviços de listagem no futuro, o foco inicial será em empresas já negociadas na B3, disse Pracownik.
Desafios do mercado
O lançamento da Base Exchange acontece em um momento de desafios para o mercado brasileiro.
A B3, que tem menos de 500 empresas listadas, enfrenta a ausência de IPOs nos últimos três anos e a migração de recursos para a renda fixa devido às altas taxas de juros.
Mas, para Vladimir Fernandes Maciel, do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, a criação de uma segunda bolsa é questionável no atual cenário econômico.
“Estamos diante de um futuro incerto, com desafios fiscais e provavelmente juros ainda mais altos”, afirmou Maciel.
Por outro lado, Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX Invest, acredita que a Base Exchange pode trazer benefícios de curto prazo, como maior velocidade de transações, aumento no volume de negociações e redução de custos.
“A gente pode ter aumento de volumes, acho que as duas bolsas podem sair ganhando no curto prazo”, destacou.