Em declínio

Ações da CVC (CVCB3) despencam 8% com números fracos do 4° tri — BTG Pactual reforça cautela, mas vê sinais de retomada

Banco observa avanços importantes, mas faz alerta sobre caminho longo de recuperação e destaca o que pode salvar os próximos balanços

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CVC - CVCB3

As ações da CVC (CVCB3) operam em queda nesta quinta-feira (27), um dia após a companhia divulgar seu balanço financeiro referente ao 4° trimestre. Por volta das 10:50, os papéis caiam 8,14%, cotados a R$ 2,14.

A reação do mercado acontece aos números fracos apresentados pela companhia no período. Segundo o BTG Pactual, a CVC ainda enfrenta dificuldades decorrentes de sua reestruturação financeira e dos impactos da pandemia, que afetaram duramente o setor de viagens.

No entanto, os analistas do banco observaram uma melhora gradual nos resultados da empresa, impulsionada pelo aumento da demanda por turismo e pelo avanço na digitalização dos serviços.

“A empresa tem demonstrado avanços importantes, mas ainda há um longo caminho a percorrer para uma recuperação plena”, afirmou o BTG.

Por conta disso, o banco segue com sua visão mais cautelosa sobre a empresa e manteve sua recomendação ‘neutra’ para CVCB3, a um preço-alvo de R$ 3,00.

Os números da CVC no 4° trimestre

Ao observar o balanço da CVC, o BTG Pactual destaca a necessidade de um maior controle sobre os custos operacionais e a eficiência na gestão de caixa pela companhia.

“Embora o volume de vendas tenha crescido, a rentabilidade ainda está aquém do esperado, o que exige uma abordagem mais rigorosa na gestão financeira”, pontuou o banco.

Durante o período, o consumo de caixa foi de R$ 50,70 milhões, um aumento de R$ 47,8 milhões em relação ao mesmo trimestre de 2023, impactado pela redução de quatro dias no prazo de pagamento da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

No lucro líquido ajustado, a CVC registrou um total de R$ 8,50 milhões, uma reversão aos prejuízos de R$ 15,4 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.

O prejuízo líquido não ajustado da operadora de turismo ficou em R$ 61,2 milhões, recuo de 17,8% em relação ao quarto trimestre do ano anterior.

Os ajustes consideram depreciação, amortização, baixas de impairment, impostos diferidos e aquisições.

Já o EBITDA ajustado somou R$ 108,10 milhões, alta de 25,10% na comparação anual, com margem de 29,50%, contra 24,50% no mesmo intervalo de 2023. As informações incluem reclassificações relacionadas a efeitos cambiais.

Na receita, a CVC cresceu 4%, a R$ 366,4 milhões, um reflexo da abertura de 98 lojas e do fechamento de oito unidades no Brasil.

Quanto a dívida líquida, ao fim do quarto trimestre ficou em R$ 241,0 milhões, 41,8% abaixo do valor de um ano antes, enquanto a alavancagem financeira caiu para 0,6 vez, ante 2,10 vezes no mesmo período de 2023.

O que pode melhorar os próximo balanços?

Segundo o BTG, o crescimento da demanda por pacotes turísticos e a recuperação do setor aéreo são fatores que podem contribuir para uma retomada mais consistente da empresa.

Com base nesses fatores, o banco reforçou a recomendação de cautela aos investidores, enfatizando que a CVC ainda tem desafios significativos para superar.

“Os sinais de recuperação são positivos, mas a empresa precisa demonstrar uma melhoria sustentável em sua estrutura de custos e margens”, concluiu o BTG.