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Ações da Minerva (BEEF3) disparam 11% após balanço do 4° tri, mas BTG Pactual não recomenda 'compra' - entenda o porquê

Banco destaca ponto de atenção do balanço, que fez recomendação se manter neutra, mas reconhece ganhos consideráveis no período

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Minerva - BEEF3
Foto: montagem/JC-SM

A Minerva (BEEF3) encerrou o quarto trimestre de 2024 com resultados marcados por crescimento de receita e desafios financeiros, segundo análise do BTG Pactual. O período foi o primeiro a refletir a integração dos ativos adquiridos da Marfrig (MRFG3), que, em menos de dois meses, já representaram 7% das vendas trimestrais.

A receita líquida atingiu R$ 10,7 bilhões, um aumento de 26% em relação ao trimestre anterior.

O EBITDA (lucro antes juros e amortizações) ajustado ficou em R$ 944 milhões, 7% acima das estimativas do BTG Pactual, com uma margem de 8,8%.

Por conta desses números, as ações da Minerva operam em disparada nesta quinta-feira (20). Por volta das 12:05, os papéis BEEF3 subiam 11,08%, cotados a R$ 6,21.

Mas tem um porém…

Apesar de crescimentos significativos, o trimestre também foi marcado por uma perda líquida de R$ 1,5 bilhão, impactada por variações cambiais negativas sobre a dívida, apesar dos ganhos de hedge cambial de R$ 930 milhões.

Assim, a integração dos novos ativos elevou a dívida líquida para R$ 15,6 bilhões, próxima à projeção de R$ 15,3 bilhões do BTG.

Esse aumento reflete o pagamento de R$ 5,7 bilhões pelos ativos da Marfrig e a um efeito negativo de R$ 2,2 bilhões em marcação a mercado (MtM) da dívida em moeda estrangeira.

O banco destacou que o quadro de endividamento seria ainda mais severo sem a liberação de capital de giro de R$ 692 milhões, impulsionada por operações de forfait e pré-pagamento de clientes.

Embora a execução comercial tenha se mostrado sólida, com o preço médio da carne bovina atingindo US$5,3/kg no trimestre (acima da média de US$ 4,35/kg dos nove meses anteriores), o BTG Pactual alerta que parte desse desempenho foi beneficiada por fatores não recorrentes, como a hiperinflação na Argentina e a desaceleração na depreciação do peso argentino.

Dessa forma, o banco mantém uma avaliação ‘neutra‘ para as ações da Minerva, com preço-alvo de R$ 7,00, representando um potencial de valorização de 25,2% em relação ao preço atual.

Apesar do histórico positivo da empresa em fusões e aquisições, o BTG destaca a necessidade de aumentar a utilização de capacidade nas novas plantas e reduzir a alavancagem financeira em um cenário de alta dos juros e volatilidade cambial.

Com um índice de alavancagem líquida de 5 vezes o EBITDA dos últimos 12 meses (ou 3,7 vezes considerando o EBITDA anualizado pro-forma de R$1,1 bilhão dos novos ativos), o sucesso da Minerva no médio prazo dependerá de sua capacidade de equilibrar o crescimento com a desalavancagem financeira.