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Ações da Randon (RAPT4) sobem após entrada de Patria e criação de fintech - BTG Pactual vê potencial para valorização

Negócio de R$1,5 bilhão marca nova fase da companhia com foco em tecnologia, crescimento e valorização de ativos negligenciados pelo mercado

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Randon
Crédito: Samuel Zulianelo

Em um movimento estratégico para destravar valor em seus negócios financeiros, a Randon – Randoncorp (RAPT3)(RAPT4) anunciou a criação da holding Rands, com foco em consórcios e seguros, e a entrada do fundo KMP Growth Capital Fund II, da Patria Investimentos, como sócio minoritário.

O negócio avalia a Rands em cerca de R$ 1,5 bilhão, com a Patria adquirindo até 20% de participação por R$ 320 milhões.

A transação é vista como um divisor de águas. “Gostamos da decisão da Randon de trazer um parceiro estratégico para um negócio subvalorizado, com o objetivo de ajudá-lo a crescer e destravar valor”, destaca o BTG Pactual.

Em reação a isso, as ações da companhia operam em alta nesta terça-feira (8). Por volta das 10:25, os papéis RAPT3 subiam 4,33% a R$ 8,19, enquanto RAPT4 crescia 3%, cotados a R$ 8,57.

Nova estrutura com olho em expansão

A Rands nasce da união entre Randon Administradora de Consórcios Ltda. e Randon Corretora de Seguros Ltda., ativos que serão transferidos para a nova holding.

A KMP, fundo gerido pela Kamaroopin, fará um aporte inicial de R$ 238,1 milhões com a possibilidade de complementar com mais R$ 63,1 milhões, garantindo os 20% do capital.

A expectativa é que o negócio seja concluído entre setembro e novembro de 2025, após aprovação do CADE e do Banco Central.

Dessa forma, a Randon receberá R$ 180 milhões no fechamento e os R$ 140 milhões restantes até 2026.

Parceria estratégica com histórico de sucesso

A entrada da Patria — que já atua no setor com a fintech Consorciei — remete a um case de sucesso anterior da própria Randon.

“De certa forma, a operação de hoje se assemelha à entrada de outro player de private equity, a Gávea, na Frasle, o que desencadeou uma forte onda de crescimento para a empresa”, pontua o BTG.

A expectativa agora é que o know-how digital e a estrutura da Patria potencializem os negócios da Rands em segmentos como varejo e crédito colateralizado. “Acreditamos que há espaço para crescer o negócio por meio de aquisições”, acrescenta o banco.

Randon: um desconto que chama atenção

Para o BTG, o acordo também escancara o baixo valor de mercado da Randon diante de seus ativos.

“Calculamos um valor patrimonial pós-money de R$1,6 bilhão para a Rands, com a Randon detendo uma fatia de R$1,3 bilhão”, diz o banco.

“Enquanto isso, as ações da RAPT encerraram o último pregão com valor de mercado consolidado de R$2,9 bilhões — o que destaca como o valor patrimonial da RAPT está relativamente deprimido.”

A mensagem é clara: o mercado ainda não precifica corretamente a companhia. “Apesar da aparente ‘equidade negativa’ da Randon parecer atraente para nós, notamos que o mercado pode continuar negociando dessa forma por algum tempo”, completa o BTG.

O BTG alerta que, embora a assimetria de valor seja clara, o momento ideal para entrada depende da dinâmica operacional e de mercado. “Recomendamos que os investidores acompanhem de perto as tendências de revisão de lucros e o ciclo do setor de caminhões.”