
O BTG Pactual manteve sua recomendação neutra para as ações da Ambev (ABEV3), mas elevou o preço-alvo para R$ 15,00, ao observar que a empresa busca recuperar marcas tradicionais, o que pode gerar resultados positivos a longo prazo.
Segundo o BTG, a Ambev tem como desafios a retomada da marca Skol e um cenário competitivo acirrado no mercado de cervejas no Brasil.
A análise surge após uma conversa do banco com o CEO da companhia, Carlos Lisboa, e o CFO, Lucas Lira, que destacaram o plano de revitalização da Skol.
A Ambev já havia adotado estratégias para reposicionar suas marcas principais, incluindo redução de preços e diversificação de embalagens e fórmulas. No entanto, a competitividade do setor segue desafiando a companhia.
“O ambiente competitivo continua sendo um fator crítico para o sucesso da Ambev”, apontou o BTG Pactual.
A relação entre a Ambev e o Grupo Petrópolis também foi mencionada na análise. Segundo o banco, Skol apresentou crescimento de dois dígitos entre 2019 e 2023, mas sofreu em 2024 após reajustar seus preços acima da média do mercado.
O desempenho negativo coincidiu com a recuperação do Grupo Petrópolis, que adotou uma política de preços mais agressiva.
Apesar do cenário desafiador, o BTG Pactual destaca que a Ambev continua sólida financeiramente e que sua estratégia digital, com iniciativas como BEES e Zé Delivery, coloca a empresa em vantagem em determinados segmentos.
“A Ambev agora reúne muito mais dados sobre hábitos de consumo e tem mais ferramentas para atuar de forma assertiva na precificação e na gestão de receitas”, ressaltou o BTG.
A recomendação neutra foi mantida, pois, na visão do banco, o crescimento sustentável da Ambev depende de sua capacidade de recuperar o poder de precificação e revitalizar suas marcas tradicionais.
“Podemos ver uma empresa mais forte e uma avaliação mais atraente, mas ainda permanecemos neutros”, concluiu o BTG Pactual.