É hora de decolar?

Azul (AZUL4) deve olhar para temas mais relevantes a partir de agora, diz análise

A aérea chegou a acordos com arrendadores e fabricantes (OEMs), que vão anular suas obrigações de emissão de ações, de aproximadamente R$ 3 bilhões

A Azul (AZUL4) anunciou que chegou a acordos com arrendadores e fabricantes (OEMs) que detêm aproximadamente 92% de suas obrigações atuais de emissão de ações.

Sob os acordos, os arrendadores e OEMs vão anular suas obrigações de emissão de ações, que totalizam aproximadamente R$ 3 bilhões.

Em troca, eles receberão até 100 milhões de ações preferenciais AZUL4 em uma emissão única (levando a uma avaliação implícita de aproximadamente R$ 30 por ação).

As negociações em relação aos 8% restantes das obrigações de emissão de ações continuam em andamento.

Azul pode decolar após acordo?

Para o BTG Pactual, o anúncio é positivo para a Azul por vários motivos. O primeiro é que o acordo reduz o risco de um processo de reestruturação de dívida mais profundo. O mercado temia um pedido de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos.

Além disso, a diluição de ações acordada, de 22%, é significativamente menor do que o esperado, que poderia ter alcançado 62% nas condições anteriores.

Os analistas Fernanda Recchia e Lucas Marquiori escreveram que o acordado cobre a maior parte das obrigações de emissão de ações, reduzindo significativamente o risco associado.

Qual a recomendação do BTG Pactual?

Por fim, o banco pontua que esse movimento substitui com sucesso a diluição gradual e arriscada de emissão de ações do acordo anterior por uma diluição única. O movimento foi originalmente orientado pela alta gestão da Azul.

Em resumo, apesar do otimismo, os analistas do banco não recomendam compra na ação. O BTG mantém uma classificação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 17,00 em doze meses.

Nesta quarta-feira (9), as ações preferenciais da aérea subiam 1,78%, a R$ 6,29, por volta de 10h25 (horário de Brasília).

Próximos passos para a Azul

Com as discussões sobre obrigações de leasing se encerrando, é hora de a empresa e o mercado mudarem o foco para temas mais relevantes, segundo a análise.

Os analistas acreditam que a companhia deve utilizar o programa “Voa Brasil” recentemente anunciado pelo governo, pois o projeto oferece linhas de crédito respaldadas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).

Outro ponto levantado pelo banco é que a aérea deve continuar explorando possíveis combinações de negócios com a Abra,com o objetivo de identificar oportunidades de sinergia entre as empresas.