
A Brava Energia (BRAV3) pode estar prestes a virar o jogo. É o que conclui o BTG Pactual ao analisar o desempenho da companhia no 4° trimestre. Diante dos resultados, o banco recomenda “compra” nas ações BRAV3 e estabelece um preço-alvo de R$ 32,00, o que representa um potencial de valorização de 74,8% em relação à cotação atual.
Nas previsões da empresa, o banco identificou uma estratégia clara de aumentar a produção, reduzir custos e desalavancar o balanço.
Se a empresa entregar os resultados operacionais esperados, o BTG vê um caminho robusto para reação das ações e retorno significativo aos investidores.
“A Brava Energia está em um ponto de inflexão importante. Se a companhia executar sua estratégia com sucesso, acreditamos que há um caminho claro para destravar valor significativo aos acionistas”, destacam os analistas do BTG Pactual.
Por volta das 10:45 desta sexta-feira (21), os papéis da companhia subiam 6,06%, cotados a R$ 19,42.
Como foi o desempenho da Brava Energia no 4° trimestre?
O quarto trimestre de 2024 da Brava trouxe desafios esperados para a companhia, com um recuo de 43% no EBITDA (lucro antes juros e amortizações) ajustado em relação ao trimestre anterior, alcançando R$ 505 milhões.
O desempenho foi impactado pelo atraso na entrada em operação da nova plataforma FPSO em Atlanta e pelas paralisações em Papa Terra, que levaram os resultados offshore a território negativo.
Apesar do prejuízo líquido de R$ 1 bilhão, influenciado por efeitos cambiais não-caixa, o BTG destaca avanços na eficiência operacional.
Os custos de levantamento caíram 13% no trimestre, chegando a US$ 17,5 por barril de óleo equivalente (boe), com uma melhoria notável nos ativos onshore. Para o primeiro trimestre de 2025, a produção média está 78% acima dos níveis do trimestre anterior, o que deve acelerar a diluição de custos.
“Com a produção já em média 78% acima do trimestre anterior, esperamos uma aceleração na diluição de custos nos próximos trimestres”, afirmam os analistas do BTG.
Desalavancagem em foco
A geração de fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) foi negativa em R$ 859 milhões, prejudicada por um aumento de R$ 227 milhões em recebíveis relacionados à cobertura de custos em Papa Terra. Excluindo esse efeito, o FCFE teria sido de -R$ 633 milhões (cerca de US$108 milhões).
Para reverter esse quadro, a empresa aposta no ramp-up da produção offshore.
Se conseguir estabilizar a produção próxima a 90 mil barris de óleo equivalente por dia (kboe/d), a Brava pode reduzir a alavancagem para menos de 1,5x EBITDA até o final de 2025, abrindo caminho para distribuição de dividendos em 2026.
“Se a companhia conseguir estabilizar a produção próxima a 90 mil barris diários, acreditamos que a desalavancagem será rápida, com possibilidade de pagamento de dividendos em 2026”, destacam Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Pérez, analistas do BTG Pactual.
Ação BRAV3 atraente
O BTG destaca que a Brava Energia negocia com um desconto de aproximadamente 30% em relação a seus pares com base no múltiplo EV/EBITDA de 2025 (2,7x).
Assim, essa defasagem poderia se reduzir com a execução bem-sucedida de sua estratégia de desalavancagem e potenciais desinvestimentos em ativos não essenciais.
“Reduzir a percepção de risco é essencial para fechar a lacuna de avaliação em relação aos pares”, reforçam os analistas.
O banco projeta um Retorno sobre o Capital Investido (RoIC) de 21,2% em 2025 e 24,7% em 2026, com um dividend yield que pode atingir 14,1% em 2025 e 16% em 2026.