"Empresa mais prejudicada"

Brava (BRAV3) derrete após a queda do petróleo Brent e perde mais de R$ 3 bilhões em valor de mercado — Genial Investimentos recomenda cautela

Casa aponta que a empresa tem dois grandes calcanhares de aquiles: maior lifting cost entre as empresas do setor e maior endividamento

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Brava Energia - BRAV3
Foto: montagem/JC-SM

A Genial Investimentos manteve cautela sobre as ações da Brava Energia (BRAV3), ao observar a situação atual do preço do petróleo e os desafios da empresa frente a isso. Segundo a casa, a Brava é a companhia do setor que mais sofre influencia desse cenário.

“A deterioração do cenário de preços para o Brent deve continuar a pressionar o setor e a Brava deve continuar a ser a empresa mais penalizada”, afirma a casa.

O motivo? segundo a Genial, a empresa tem dois grandes calcanhares de aquiles: “um maior lifting cost entre as empresas listadas do setor e maior endividamento relativo”.

Por causa disso, a empresa já perdeu mais de R$ 3 bilhões de valor de mercado, com as ações registrando forte derretimento. Nesta quarta-feira (9), os papéis da petroleira recuavam 6,60% a R$ 16,42, por volta das 11:40.

Desde a última quarta-feira, 2 de abril, o preço do petróleo Brent é pressionado pela onda de tarifas anunciada pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para mais de 180 países.

O “tarifaço” atinge fortemente a dinâmica do setor, já que Trump impôs tarifas que variam de 10% a 34% sobre países produtores e exportadores desse produto. Desde o anuncio, o preço do Brent já recuou mais de 16% e nesta quarta-feira (9), segue em queda, com baixa de 4,22% a US$ 60,18, por volta das 11:20.

Produção desacelera em março, mas trimestre surpreende

Em março, a Brava produziu 71,8 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed), queda de 3% na comparação com fevereiro (73,8 kboed).

Mesmo assim, o 1° trimestre de 2025 fechou com produção média de 71,1 mil boed — um salto de 81% em relação ao trimestre anterior.

“Ainda que março tenha trazido uma leve retração mês contra mês, o trimestre como um todo foi bastante positivo. Vale pontuar que o 4T24 é uma base fraca para comparação, dada a parada em Atlanta e Papa-Terra e a entrada completa de Parque das Conchas agora no 1T25”, afirmou a Genial.

A casa vê com bons olhos os avanços operacionais, mas pondera que a evolução precisa se manter consistente. “A companhia tem apresentado melhoras operacionais que vêm se materializando sobretudo nos dois ativos citados”, destacou.

O que observar daqui pra frente?

Nesse sentido, a Genial sinaliza dois focos principais para os investidores: a eficiência operacional e a certificação de reservas, ainda não divulgada.

“No cenário micro, dois fatores devem ser olhados com atenção: a evolução da eficiência operacional, principal foco atual da companhia e os dados da certificação de reservas, que devem dar maior visibilidade sobre a capacidade atual da companhia”, pontua a casa.

Panorama por ativo: onde a Brava recua e onde pode avançar

🔹 Atlanta
Produção de 19,7 kboed em março (-1% m/m). “O FPSO presente no ativo continua a apresentar alta eficiência operacional e há expectativa de conclusão da conexão de poços 4H e 5H já em abril, e dos poços 2H e 3H em junho – positivo indicativo para a continuidade de crescimento operacional no ativo.”

🔹 Papa-Terra
Produção caiu 14%, para 8,5 kboed. “O ativo sofreu impacto pelos dias planejados de vazão reduzida – parte do processo de otimização que a Brava vem fazendo para otimizar a operação do ativo ainda esse ano.”

🔹 Potiguar
Fechou março com 24,6 kboed (-4% m/m). “A companhia continua realizando projetos de reativação de poços e ampliando a injeção de vapor em campos de óleo pesado no Polo Potiguar.”

🔹 Recôncavo
Estável em 9,8 kboed. “A manutenção da eficiência operacional continua, com adição de poços durante o início desse ano.”