Ainda vale a pena

Cruzeiro do Sul (CSED3) derrete quase 10%, mas BTG Pactual recomenda compra após balanço do 4° trimestre

Banco encarou resultados como mistos, ao identificar uma leve redução da dívida líquida, mas prejuízo por itens não recorrentes

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Cruzeiro do Sul - CSED3
Divulgação/Cruzeiro do Sul

A Cruzeiro do Sul (CSED3) apresentou resultados misto no quarto trimestre de 2024, com uma leve redução da dívida líquida, mas prejudicado por itens não recorrentes. É o que aponta o BTG Pactual ao analisar o balanço da companhia.

Por conta disso, o banco manteve sua recomendação de ‘compra’ para as ações CSED3, a um preço-alvo de R$ 6,50.

“A Cruzeiro do Sul combina uma sólida geração de fluxo de caixa livre, uma alta distribuição de dividendos, com yield anualizado de 10%, e um balanço patrimonial menos alavancado. Além disso, a ação está sendo negociada a múltiplos atrativos, com um preço/lucro de aproximadamente 5x para 2025”, afirma o BTG.

Apesar disso, as ações da empresa operam em forte queda nesta terça-feira (1°). Por volta das 11:02, os papéis caíam 9,21% a R$ 3,45.

Desempenho da Cruzeiro do Sul no 4° trimestre

A receita líquida no quarto trimestre cresceu 11% em relação ao ano anterior, alcançando R$ 663 milhões, impulsionada pela expansão da base de alunos nos cursos presenciais e a distância.

A divisão de ensino presencial teve um aumento de 8,5%, com uma expansão de 7% no número de alunos de graduação, totalizando 151 mil estudantes.

Os cursos a distância cresceram 15%, com uma base de 340 mil alunos de graduação.

O setor de saúde também apresentou um bom desempenho, com crescimento de 13% na receita, totalizando R$ 322 milhões.

O EBITDA (lucro antes juros e amortizações) ajustado, que exclui os itens não recorrentes, foi de R$ 168 milhões, com crescimento de 10% em relação ao ano anterior, embora tenha ficado 4% abaixo das expectativas do BTG Pactual.

A margem EBITDA ajustada foi de 25,4%, praticamente estável em comparação ao ano passado.

Impacto dos itens não recorrentes

Os resultados foram fortemente impactados por itens não recorrentes, como destacou o BTG Pactual: “O EBITDA e o lucro líquido foram afetados por ajustes significativos nas provisões para contas duvidosas, que somaram R$ 30 milhões, além de R$ 3 milhões relacionados a projetos de M&A”.

Após esses ajustes, o lucro líquido foi de R$ 17 milhões, superando os R$ 11 milhões registrados no mesmo período do ano passado, mas abaixo dos R$ 28 milhões projetados pelo BTG.

Dívida líquida e geração de caixa

O fluxo de caixa operacional após o capex foi de R$ 40 milhões, uma redução em comparação com o R$ 87 milhões gerado no quarto trimestre de 2023.

“Apesar dessa queda no fluxo de caixa, o desempenho da companhia foi superior à nossa expectativa”, afirmou o BTG.

A dívida líquida caiu ligeiramente para R$ 774 milhões, com uma alavancagem estável de 1,4x ND/EBITDA.