A Eletrobras (ELET3) e o governo federal estão perto de fechar um acordo sobre a negociação por assentos no conselho de administração.
Os detalhes ainda não foram divulgados, mas o governo pode ter de 1 a 3 assentos no conselho em troca de revogar a corresponsabilidade da empresa pela construção da usina nuclear de Angra 3.
Para o BTG Pactual, o acordo reduz significativamente o risco da tese de investimento na Eletrobras, pois significaria a consolidação definitiva dos direitos de limite de voto da empresa, bem como muitos detalhes de governança que a tornam uma corporação.
Além disso, também diminui o risco relacionado à exposição à Angra 3, segundo os analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Resende.
A Eletrobras vai pagar mais dividendos?
Para o banco, um acordo, somado a uma política de dividendos reduziria significativamente o risco do investimento na ação.
Isso porque as ações tendem a se valorizar caso a empresa atinja uma boa fase de pagamento de dividendos para seus acionistas. A expectativa dos analistas é que uma nova política de dividendos seja anunciada junto aos resultados do 4º trimestre de 2024.
“A política em si não significa necessariamente que os dividendos de curto prazo serão altos, mas a empresa estará a caminho de alcançar isso. A Eletrobras tem sido negociada com uma volatilidade implícita muito maior do que empresas tradicionais de utilidades, o que acreditamos refletir diretamente seus baixos dividendos e a negociação com o governo. Sim, os preços da energia ainda trarão volatilidade, mas as outras variáveis potencialmente não”, explicam.
O BTG segue com recomendação de compra para as ações ELET3, com preço-alvo de R$ 58,00 em doze meses.
Nesta quarta-feira (19), os papéis da companhia recuavam 0,81%, a R$ 37,90, por volta de 16:50 (horário de Brasília).