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Embraer (EMBR3) disparou mais de 160% em 2024 e ritmo deve ser o mesmo em 2025, aposta BTG

Banco menciona os principais pontos que manterão a empresa em escalada e os desafios que podem influenciar o desempenho

Embraer
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O BTG Pactual acredita que a Embraer (EMBR3) vai seguir com crescimento positivo nas ações em 2025 após a companhia fechar o ano anterior como um dos papéis mais valorizados da B3. De janeiro a dezembro de 2024, os papéis subiram 168,86%.

De acordo com o banco, o ano foi marcado por um aumento significativo nas atividades comerciais em todos os principais segmentos da Embraer — comercial, executivo, defesa e serviços.

A empresa conseguiu ampliar seu backlog (total de pedidos confirmados e formalizados por clientes), e superou os desafios relacionados aos gargalos na cadeia de suprimentos.

Entre os destaques estão grandes pedidos no setor de aviação comercial, como o da American Airlines para os jatos E175, além de um recorde na divisão de defesa com o C390 e o A-29 Super Tucano.

O que esperar da Embraer (EMBR3) em 2025?

O BTG Pactual acredita que a Embraer vai enfrentar o desafio de manter o alto desempenho conquistado no ano anterior, mas aponta que as expectativas continuam positivas.

Tudo aponta para outro ano forte em termos de atividade comercial, especialmente após um movimentado dezembro, que mostrou uma sequência de pedidos no setor de Defesa”, destaca o BTG.

O banco acredita que o aumento global nos investimentos em dissuasão vai continuar a impulsionar a unidade de Defesa da Embraer, particularmente na Europa.

No setor de aviação comercial, “os investidores querem ver mais volumes nas campanhas da plataforma E2, o que ajudaria a reduzir o risco associado à melhoria desta plataforma”.

Diante disso, o BTG Pactual recomenda a Embraer como uma ação com forte momentum e destaca que o quarto trimestre de 2024 deve resultar em um backlog robusto.

No entanto, com as expectativas já elevadas e a valorização da empresa próxima à faixa superior de sua média histórica, o banco sugere que existem razões para justificar uma reavaliação de múltiplos, dada a série de mudanças estruturais que a companhia atravessa.

Entre os principais fatores a serem monitorados estão as campanhas de vendas e o crescimento do backlog, uma vez que a indústria de aviação depende fortemente da expansão de pedidos.

As unidades Comercial e de Defesa são vistas como as mais promissoras para novos pedidos em 2025.

Além disso, os investidores esperam uma evolução nas entregas, especialmente após os desafios enfrentados com a cadeia de suprimentos nos últimos anos, com a meta de atingir o marco histórico de cem aeronaves entregues por ano na aviação comercial.

O BTG Pactual também aponta que, embora as plataformas de aeronaves da Embraer estejam em amadurecimento, a gestão indica aumentos de capacidade em algumas delas, especialmente no setor executivo e nos C390s. No entanto, a dúvida sobre a possibilidade de um novo programa de aeronaves permanece.

O BTG Pactual afirma que “os investidores querem ver mais profundidade nesses novos anúncios (em valor e/ou quantidade)”.

O que influencia as ações da Embraer (EMBR3)?

Entre os gatilhos principais para o desempenho da ação, o BTG destaca os novos pedidos, a continuidade das restrições de capacidade enfrentadas por outros fabricantes (como Boeing e Airbus), os aumentos nos gastos com defesa em regiões onde a Embraer tem boa posição, como América Latina e Europa, e a evolução das entregas.

Por outro lado, os riscos incluem a geopolítica, como possíveis tarifas de importação dos EUA, pressões fiscais que poderiam afetar os contratos da Embraer com a Força Aérea Brasileira, a concorrência crescente com o programa A220 da Airbus, a falta de atualizações no E2 e a possibilidade de projetos rivais, embora esses últimos sejam improváveis devido aos gargalos de produção.

O BTG Pactual também menciona que, apesar da recente valorização da ação, o apoio estrangeiro à Embraer continua forte, enquanto alguns investidores locais demonstraram um otimismo mais cauteloso devido à avaliação já elevada da empresa.

Porém, com a redução da dependência da aviação comercial, há espaço para “a expansão do múltiplo de avaliação da Embraer”.

Por isso, o preço-alvo por ação sugerido pelo BTG para as ADRs da Embraer foi de US$ 47,00.