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Gerdau (GGBR4): BTG Pactual mantém recomendação de compra

Empresa continua como a principal escolha do BTG Pactual na América Latina para o setor de Mineração e Metalurgia

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Na semana passada, o CFO da Gerdau (GGBR4), Rafael Japur, participou de um painel realizado escritório do BTG Pactual no Rio de Janeiro (RJ) e reuniu mais de 50 investidores.

O encontro destacou uma mudança significativa no tom em relação ao setor de Mineração e Metalurgia no Brasil, que havia sido sombrio poucos meses atrás, marcado por demissões, cortes de capacidade e pedidos de apoio governamental.

CFO vê melhora no ambiente operacional do Brasil

O painel evidenciou uma mudança notável no ambiente operacional da Gerdau (GGBR4), de acordo com o BTG Pactual.

Japur observou uma melhoria nos fundamentos das operações brasileiras da empresa.

A atividade econômica no país tem superado expectativas, com um aumento de 19,00% nos embarques de aço longo em julho, o que contribui para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2024, que foi superior a 3,00%.

Esse cenário positivo permite que os produtores de aço, inclusive a Gerdau (GGBR4), aumentem os preços e restaurem a rentabilidade a níveis mais aceitáveis, com margens EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) superiores a 10%.

Como a Gerdau (GGBR4) planeja executar o corte de custos e as expectativas para o próximo ano

A Gerdau (GGBR4) reforçou sua estratégia de cortes de custos e projeta economias anuais de R$ 1 bilhão até o final do ano, o que deve impactar positivamente os resultados financeiros em 2025.

No entanto, o mercado financeiro ainda não parece apreciar plenamente o potencial do programa de corte de custos e o balanço patrimonial pouco alavancado da empresa, o que sugere oportunidades de recompra de ações e dividendos extras.

As ações da Gerdau estão negociadas a um desconto de 3,6x EBITDA para 2025, e a empresa pode gerar retornos em dinheiro próximos de 10% nos próximos doze meses.

Quais são as perspectivas de demanda e de preços no Brasil?

Durante a reunião, a principal discussão girou em torno da recuperação do desempenho da unidade brasileira da Gerdau (GGBR4).

Japur destacou a recuperação dos preços de vergalhões no Brasil, que passaram de R$ 3.625,00 por tonelada para R$ 3.950,00 por tonelada (+9,00%), com algumas transações concluídas a R$ 4.100,00 por tonelada.

Esses aumentos de preços são vistos como um desenvolvimento positivo para restaurar a rentabilidade, especialmente se considerada a atual dinâmica de oferta e demanda.

A Gerdau (GGBR4) está beneficiada por fortes sub-segmentos, como programas habitacionais de baixa renda e demanda por caminhões, apontou o BTG Pactual.

Desafios que a Gerdau (GGBR4) deve enfrentar pela América do Norte

O panorama para a unidade da Gerdau (GGBR4) na América do Norte apresenta desafios.

A rentabilidade está em declínio, com margens EBITDA previstas para cair abaixo de 20% no próximo trimestre, em comparação com picos acima de 30% no primeiro semestre de 2022.

Esse declínio foi atribuído a volumes mais baixos e à redução das margens de metais, impulsionada pela normalização dos preços do aço na região.

Os preços de vergalhões caíram cerca de 20% ao longo do ano.

A deterioração do ambiente operacional foi mais acentuada do que o inicialmente previsto, e as margens EBITDA podem chegar a 16% em 2025.

Alavancagem reduzida após créditos tributários

Recentemente, a Gerdau (GGBR4) anunciou a retirada de depósitos judiciais no valor de R$ 1,770 bilhão, relacionados a um processo sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS.

Essa injeção de dinheiro inesperada deve reduzir a alavancagem da empresa para níveis sub-otimais (0,30x com os números do BTG Pactual) e possibilitar uma aceleração no programa de recompra de ações ou dividendos extraordinários.

A mensagem sobre retornos mais altos até o final do ano foi bem recebida e eleva a Gerdau (GGBR4) ao topo da lista de recomendações do BTG Pactual.

Perspectivas de investimento e valuation

De olho no futuro, o BTG Pactual acredita que a Gerdau (GGBR4) atingiu níveis mínimos de rentabilidade no Brasil, com margens EBITDA próximas de 8-10%.

A empresa tem implementado medidas de corte de custos para restaurar a rentabilidade.

Nos EUA, apesar da pressão sobre a rentabilidade, a Gerdau ainda mantém uma perspectiva sólida.

A América do Norte representa quase dois terços da geração de EBITDA da empresa siderúrgica.

A discrepância no valuation, com a Gerdau negociada a cerca de 4x EBITDA, enquanto concorrentes dos EUA estão em 6-8x EBITDA, sugere uma oportunidade de investimento subvalorizada, avalia o BTG Pactual.

Analistas esperam uma continuidade do impulso saudável dos lucros no futuro, com ações negociadas a menos de 4x EBITDA para 2025 e rendimentos de FCF próximos de 9,0%-10,0%.

Em suma, a Gerdau continua como a principal escolha do BTG Pactual na América Latina para o setor de Mineração e Metalurgia, com uma perspectiva de crescimento robusto e oportunidades significativas de retorno para os investidores.