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Hapvida (HAPV3): BTG Pactual analisa os altos e baixos do 4° trimestre - confira

Banco destaca que as provisões disparam no período, mas aponta que o acordo com ANS trouxe um alívio significativo

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Hapvida - HAPV3

Os resultados do quarto trimestre de 2024 da Hapvida (HAPV3) trouxeram um panorama complexo para investidores que aguardavam sinais de alívio nas questões jurídicas. Na visão do BTG Pactual, as provisões relacionadas a processos legais continuam a pressionar os resultados, superando as expectativas mais conservadoras do mercado.

Mas apesar dos obstáculos, o banco mantém a recomendação de compra para as ações HAPV3, com preço-alvo de R$ 4,50, o que representa um potencial de valorização de 106,4% em relação ao preço atual.

“Dado o ainda limitado grau de visibilidade sobre as questões legais, acreditamos que a performance do papel estará fortemente atrelada a esse tema e às iniciativas para mitigar esse impacto”, destaca o BTG Pactual.

Em função disso, as ações da companhia operam em alta nesta quinta-feira (20). Por volta das 11:50, os papéis subia 6,19% a R$ 2,40.

Desempenho da Hapvida no 4° trimestre

A companhia reportou uma receita líquida de R$ 7,47 bilhões, um crescimento de 8% em relação ao ano anterior e 1% acima da projeção do BTG.

No entanto, o EBITDA (lucro antes juros e amortizações) ajustado ficou em R$ 843 milhões, 17% abaixo do esperado, refletindo o impacto de R$ 361 milhões em provisões contingenciais, o que corresponde a 4,8% da receita líquida.

Em relação às provisões, o BTG destacou que “assim como no terceiro trimestre, o quarto trimestre novamente apresentou um nível anormal de provisões contingenciais, com alta de 30% em relação ao trimestre anterior, acima das nossas expectativas”.

Além disso, o banco apontou que “os depósitos judiciais civis aumentaram novamente em termos proforma, contrariando a queda apresentada nos dados da ANS, que decorreu apenas de uma reclassificação contábil”.

Apesar dos desafios, um ponto positivo foi o acordo firmado com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para a liquidação parcial das obrigações de reembolso ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O passivo de R$ 2,2 bilhões foi reduzido para R$ 1,4 bilhão, gerando um ganho contábil de R$145 milhões no EBITDA e aliviando uma preocupação de longo prazo.

Sobre esse acordo, o BTG comentou que “recebemos positivamente o acordo, já que ele elimina uma grande incerteza de longo prazo para a companhia”.

Outro destaque foi o aumento da base de beneficiários de planos de saúde, com 20 mil novas vidas adicionadas organicamente no trimestre, superando a previsão de crescimento nulo. No entanto, a margem de sinistralidade em caixa (Cash MLR) alcançou 67,9%, ficando 100 pontos-base acima das estimativas do BTG.

“A melhora no MLR foi ofuscada pelo impacto significativo das provisões jurídicas, que permaneceram em níveis elevados”, afirmou o banco.

Em relação à saúde financeira, a dívida líquida da Hapvida aumentou R$ 435 milhões no trimestre, totalizando R$ 4,5 bilhões.

O fluxo de caixa operacional após investimentos somou R$ 128 milhões, uma queda de 58% em relação ao ano anterior, pressionado por um maior volume de investimentos (R$ 336 milhões) e pagamentos relacionados a aquisições.

Com uma alavancagem de 1,06x o EBITDA ajustado, o BTG destaca que a Hapvida segue como uma aposta de alto risco, mas com potencial de retorno significativo, caso consiga administrar os passivos jurídicos e melhorar sua eficiência operacional.