O mês de setembro trouxe grandes oscilações para o mercado financeiro brasileiro, especialmente no Ibovespa, principal índice acionário da B3.
Neste contexto, a Brava Energia (BRAV3) se destacou e enfrentou a maior queda do período, justamente quando deixou de ser 3R Petroleum (RRRP3) após a fusão desta petroleira com a Enauta (ENAT3), enquanto varejistas como Assaí (ASAI3) e Magazine Luiza (MGLU3) também registraram desempenho negativo.
A seguir, uma análise detalhada dos principais fatores que influenciaram essas quedas.
Brava Energia (BRAV3): um começo para esquecer?
A Brava Energia, anteriormente conhecida como 3R Petroleum, iniciou sua jornada na B3 com desafios significativos.
Com um aumento de 3,2% na produção em agosto, a expectativa era de um desempenho positivo.
No entanto, em 11 de setembro, a empresa anunciou a extensão de uma parada na produção, o que gerou forte impacto negativo nas suas ações.
Queda imensa após o anúncio
No dia do anúncio, os papéis da Brava Energia recuaram 9,40%.
Essa decisão de estender a parada na produção gerou preocupações no mercado, especialmente porque a retomada estaria prevista apenas para o início de dezembro.
Quais outros sinais a petroleira procurou fazer?
A Brava Energia (BRAV3) anunciou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) emitiu a licença de operação para o FPSO Atlanta, unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás.
Assaí (ASAI3) caiu fortemente em setembro e penalizou Ibovespa
A varejista Assaí (ASAI3) figurou entre as maiores quedas do mês.
No dia em que as ações caíram 8%, o cenário geral para o setor varejista já não era favorável, especialmente com a retomada do ciclo de alta de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
A Receita Federal do Brasil (RFB) emitiu um termo em que determina o arrolamento de ativos da empresa no valor de R$ 1,265 bilhão, devido a contingências tributárias em discussão com o GPA (PCAR3).
Essa notícia levou a uma queda acentuada nas ações.
Em agosto, a XP Investimentos manteve sua recomendação de compra para as ações ASAI3.
A XP Investimentos concluiu que a prioridade do Assai (ASAI3) nos próximos trimestres seria a desalavancagem financeira, com o CEO Belmiro Gomes atento à dinâmica dos juros, o que pode levar a empresa a revisar seu plano de expansão.
Magazine Luiza (MGLU3) encarna os desafios de todo o setor varejista no Ibovespa
A Magazine Luiza (MGLU3) sofreu impactos negativos com a elevação da taxa básica de juros Selic, e houve um desempenho de queda de mais de 10% nas semanas seguintes à decisão sobre os juros.
A empresa, que atravessa um processo de reestruturação, enfrenta um ambiente econômico desafiador.
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Minerva (BEEF3): ações em queda, com ambiente desfavorável
A Minerva (BEEF3), uma das principais exportadoras do setor, também viu suas ações enfrentarem quedas em setembro.
O aumento das taxas de juros no Brasil, combinado com a queda nos Estados Unidos, torna a situação ainda mais complexa para a companhia.
Marfrig (MRFG3) recebe aval do Cade para vender ativos à Minerva (BEEF3)
Em 25 de setembro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) deu aval à venda de ativos da Marfrig (MRFG3) para a Minerva (BEEF3) condicionada a restrições. Uma destas foi a alienação de uma planta em Goiás.
O “remédio” foi imposto pelo órgão antitruste diante da preocupação com a “concentração excessiva” que a operação geraria no estado goiano.
Resumo das maiores quedas do Ibovespa em setembro
Conforme apresentado, as maiores quedas do mês foram:
Empresa | Código | Preço | Variação Percentual |
---|---|---|---|
Brava Energia | BRAV3 | R$ 17,63 | -33,14% |
Assaí | ASAI3 | R$ 7,47 | -21,94% |
Magazine Luiza | MGLU3 | R$ 9,70 | -20,23% |
Minerva | BEEF3 | R$ 6,34 | -15,35% |