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Vale (VALE3) cai após balanço do 1° tri 'fraco': BTG Pactual não vê perspectiva de melhora

Banco aponta que situação comercial entre China e EUA impacta diretamente o desempenho da mineradora

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A Vale (VALE3) não teve grandes destaques no 1° trimestre de 2025. É como avalia o BTG Pactual ao analisar o balanço financeiro da mineradora. Diante disso, o banco manteve sua recomendação ‘neutra‘ para as ações VALE3, com preço-alvo de US$ 11,00.

Segundo o BTG, o desempenho da companhia foi negativo e deve seguir no mesmo ritmo durante o segundo trimestre.

Nesta sexta-feira (25), por volta das 11:00, as ações da Vale caíam 2,05% a R$ 54,04.

Como foi o balanço da Vale no 1° trimestre?

No primeiro trimestre de 2025, a Vale registrou um EBTIDA (lucro antes juros, impostos e amortizações) de US$ 3,2 bilhões, uma queda de 8% em relação ao ano passado e de 22% na comparação com o trimestre anterior, números que estiveram alinhados às previsões do BTG e do consenso do mercado.

Apesar disso, o banco destaca alguns pontos positivos, como a melhoria consistente nos custos de produção, tanto no minério de ferro quanto nos metais básicos.

A empresa se mostrou “altamente confiante” em alcançar sua meta de custo de caixa C1 do minério de ferro entre US$ 20,5 e 22/t, com o banco projetando que o limite inferior dessa faixa seja o mais provável.

No entanto, o grande ponto de atenção continua sendo o baixo retorno de fluxo de caixa livre (FCF), que no trimestre foi de apenas 5% anualizado, distante dos números de dois dígitos normalmente esperados pelos investidores, especialmente em um ambiente de maior risco.

Outro dado relevante foi o aumento da dívida líquida, que subiu para US$ 18 bilhões, refletindo a necessidade de ajustes no balanço e diminuindo as chances de dividendos extraordinários no curto prazo.

O cenário global continua incerto, com o minério de ferro surpreendendo ao manter-se em níveis elevados de US$ 100/t, apesar da queda geral dos preços das commodities.

Na divisão de ferrosos, o EBITDA foi de US$ 2,9 bilhões, uma queda de 28% em relação ao trimestre anterior, impactado pela sazonalidade e pela queda nas vendas de pelotas, além do aumento nos custos de produção.

No entanto, o custo C1 do minério de ferro, excluindo compras de terceiros, se manteve dentro da meta da empresa, em US$ 21/t, o que sinaliza uma melhora contínua ao longo do ano.

No setor de metais básicos, a Vale teve um desempenho melhor que o esperado, especialmente no cobre, com um EBITDA ajustado de R$ 546 milhões, um aumento de 4% no trimestre, mesmo com volumes mais baixos.

Já o níquel apresentou desempenho abaixo das expectativas, com uma queda no EBITDA devido a preços mais baixos e custos mais elevados.

Visão do BTG

Apesar dos desenvolvimentos positivos na Vale, o BTG manteve sua recomendação neutra para os papéis da mineradora.

A expectativa é que as revisões negativas sigam no segundo semestre de 2025, à medida que o ambiente de preços do minério de ferro enfraquece.

O banco também aponta que o cenário macroeconômico da China, com a crescente guerra comercial, continua sendo um fator de risco que pode impactar o desempenho da Vale nos próximos trimestres.