
O BTG Pactual viu com bons olhos as novas projeções da Vale (VALE3) para o seu desempenho em 2024, ao destacar os avanços significativos da mineradora nas operações de Carajás, incluindo uma meta de produção de minério de ferro aumentada e uma redução nos custos operacionais.
Recentemente, a companhia anunciou um aumento em sua meta de produção de minério de ferro para 2024, elevando a expectativa para 323-330 milhões de toneladas, acima da previsão anterior de 310-320 milhões de toneladas.
Essa elevação no guidance pode resultar em um aumento de 3% no EBITDA (lucro antes juros) anualizado.
Operações
Além disso, a Vale reportou uma redução nos custos de operações de cobre, que ficaram cerca de 10% abaixo das expectativas do BTG Pactual.
A administração da Vale também relatou uma redução no custo caixa C1 do minério de ferro para US$ 20,5 por tonelada em agosto, uma melhora significativa em relação ao segundo trimestre, quando o custo estava em US$ 24,9 por tonelada.
A princípio, essa redução é atribuída a maiores volumes de produção, maior participação na produção do Sistema Norte e diversas iniciativas de eficiência operacional.
“Entre os esforços contínuos da Vale estão as melhorias no processo de licenciamento, com a empresa buscando parcerias público-privadas para aumentar a produtividade das agências reguladoras e modernizar a legislação. O novo decreto das cavernas, se promulgado, pode reduzir significativamente o impacto nas reservas da Vale, potencialmente aumentando a reserva de minério de ferro em 1,6 bilhões de toneladas nos próximos anos”, destaca o banco.
Além disso, a Vale reafirmou sua meta de capacidade de produção de minério de ferro para 2026, com projetos em andamento que devem adicionar cerca de 50 milhões de toneladas de capacidade.
A companhia também está focada em aumentar sua exposição a metais de transição energética, como cobre e níquel, com investimentos significativos em projetos como a expansão da produção da fábrica de Salobo e a unidade de Onça Puma.
Como fica a recomendação?
Apesar dessas melhorias, o BTG Pactual mantém uma recomendação neutra para as ações da Vale. O banco observa que, embora haja avanços no lado micro, a situação macroeconômica, particularmente na China, continua a pesar sobre os preços do minério de ferro e o setor siderúrgico em geral.
O BTG Pactual projeta que as ações da Vale, negociadas a aproximadamente 4 vezes o EBITDA de 2024, não oferecerão retornos substanciais no curto prazo, e prevê possíveis revisões negativas para 2025 à medida que os investidores ajustem suas expectativas para preços mais baixos do minério de ferro.