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Vale (VALE3): o que esperar do balanço do 4º trimestre?

Em janeiro, a Vale (VALE3) confirmou que atingiu seu guidance de produção para 2024

Vale
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A Vale (VALE3) se prepara para anunciar os resultados do quarto trimestre de 2024 nesta quarta-feira, 19 de fevereiro.

A mineradora brasileira se destaca por uma execução operacional sólida, com desempenho ligeiramente superior às expectativas do mercado, principalmente devido aos preços mais altos do minério de ferro.

Essa melhoria compensou volumes mais fracos, e destacou a flexibilidade e resiliência da empresa frente aos desafios do setor.

O que revelou o relatório de produção e vendas da Vale (VALE3)?

Em janeiro, a Vale (VALE3) confirmou que atingiu seu guidance de produção para 2024 no que diz respeito ao minério de ferro e níquel, e superou ainda a meta de produção de cobre.

Porém, a produção de pelotas ficou ligeiramente abaixo do esperado para o ano.

O minério de ferro registrou uma produção de 85,30 milhões de toneladas (MT), uma queda de 5% em relação ao ano anterior (A/A) e 6% no trimestre anterior (T/T), impulsionada pela redução de produção no Sistema Sul, que caiu 7,70 MT A/A.

Por outro lado, o Sistema Norte apurou um desempenho positivo, à meta de produção de 328 MT para 2024.

A venda de minério de ferro, composta por fino e ROM, foi de 71,10 MT, uma queda de 11,00% A/A e 1,00% T/T, principalmente devido à redução nas vendas diretas de produtos de alta sílica.

A Vale (VALE3) obteve prêmios mais altos em relação ao minério de ferro, uma vez que direcionou produtos de alta sílica para a formação de produtos aglomerados e plantas de concentração na China, com o teor médio de ferro a 62,4% no 4º trimestre de 2024, comparado a 62,30% no trimestre anterior.

Este ajuste na estratégia ajudou a mitigar a queda nas vendas de volumes de minério, e mostrou a capacidade da empresa de adaptar suas operações à demanda do mercado.

No que diz respeito à produção de pelotas, a Vale registrou 9,2 MT, uma queda de 7,0% A/A e 12% T/T, a 36,90 MT em 2024, valor abaixo da meta de 38 MT para o ano.

Esse desempenho foi impactado principalmente pelas paradas de manutenção em novembro e dezembro de 2024 nas operações de Vargem Grande.

As vendas de pelotas totalizaram 10,10 MT, uma diminuição de 2% A/A e 1% T/T.

O preço realizado das pelotas foi de US$ 143,00/T, com uma redução de 12% A/A e 4% T/T, devido à defasagem nos preços e mecanismos de precificação.

A produção de cobre da Vale (VALE3), por outro lado, mostrou uma performance bastante positiva, a 101,80 mil toneladas (kt), o que representou um aumento de 3,0% A/A e 19,0% T/T, acima do guidance da empresa de 345,0 KT para 2024, com uma produção de 348 KT.

A maior contribuição veio das minas de Sudbury e o ramp-up da VBME, que alcançou um incremento de 2,50 KT A/A.

A produção de Salobo também se destacou, com crescimento de 3,6 KT A/A, que compensou a menor produção no Sossego, que apresentou uma redução de 3,30 KT A/A.

As vendas de cobre somaram 99,0 KT, um aumento de 2% A/A e 32% T/T, com o preço médio realizado de US$ 9.1870/T, um aumento de 2% T/T devido ao tempo de precificação final e menores descontos de TC/RC.

O que pensa a XP Investimentos sobre a Vale (VALE3)?

Os resultados operacionais da Vale (VALE3) demonstraram a flexibilidade de seu portfólio, ao priorizar a produção de produtos de maior valor agregado em detrimento do foco exclusivo em volumes.

A empresa conseguiu equilibrar melhor os preços realizados, com prêmios mais altos, ao mesmo tempo que lidava com volumes mais fracos, e gerou um impacto positivo no resultado final.

Apesar dos resultados positivos e da superação das expectativas operacionais, a classificação da XP Investimentos para as ações da Vale (VALE3) permanece NEUTRA, com base na percepção de que o potencial de alta seria limitado.

No entanto, os preços atuais das ações da VALE3 apresentam uma assimetria positiva, com a empresa em uma gestão eficiente de portfólio e proveitosa mediante as flutuações do mercado para maximizar o valor para os acionistas.