O BTG Pactual (BPAC11) reiterou a recomendação de compra para as ações de Vibra Energia (VBBR3), com preço-alvo ajustado de R$ 34,00 para R$ 35,00 por papel.
Após o anúncio da aquisição da participação restante de 50% na Comerc por R$ 3,50 bilhões, analistas do banco observaram uma relutância entre os investidores em pagar pelo potencial de valorização de longo prazo da Comerc, e uma preferência por focar em distribuições de dividendos mais altas.
Após a aquisição, a probabilidade de distribuições superarem a política da Vibra Energia (VBBR3) de distribuir 40% dos lucros diminuiu (embora não tenha sido eliminada).
Em meio a um custo de capital ainda elevado no Brasil, o BTG Pactual reconhece que trocar retornos em dinheiro de curto prazo por opções de longo prazo em projetos além da expertise histórica da ex-BR Distribuidora pode parecer questionável.
Potencial de valorização da Vibra (VBBR3)
Apesar dos desafios, o BTG Pactual sustenta que a unidade de distribuição de combustíveis da Vibra Energia (VBBR3) permanece subvalorizada.
Este argumento se fundamenta na avaliação de que o preço pago pela companhia na aquisição seria significativamente superior ao valor justo da Comerc.
Mesmo assim, o mercado atualmente valoriza a unidade principal de distribuição de combustíveis em R$20 bilhões, quando considerado que a capitalização de mercado da VBBR soma R$ 27,0 bilhões.
Expectativas para a Comerc
O BTG Pactual aguarda que a Comerc alcance o breakeven até 2025.
Isso implicaria um P/L (preço/lucro) de 7,2x para a unidade de distribuição de combustíveis da VBBR em 2025, e refletiria um desconto de 31,0% em relação à média histórica dos últimos sete anos.
Uma objeção comum, no entanto, seria que os investidores podem ter atribuído uma avaliação ainda mais baixa à Comerc.
Mesmo num valor de R$3,5 bilhões (uma destruição de 50% do valor) para a unidade de energias renováveis, a Vibra Energia ainda estaria negociada a 8,5x P/L em 2025.
Desafios na avaliação das margens
Avaliar as margens de reposição para distribuidores de combustíveis é uma tarefa complexa, especialmente considerando a volatilidade do setor nos últimos anos. No entanto, há fatores que sugerem uma tendência favorável para margens mais altas.
Racionalização do setor
A racionalização observada entre os três principais players da indústria, somada à diminuição de eventos que poderiam beneficiar concorrentes menores, sugere um ambiente mais estável e promissor, de acordo com o BTG Pactual.
Analistas esperam que a Vibra Energia (VBBR3) aproveite essa dinâmica a seu favor.
Fatores externos e oportunidades de crescimento
Fatores externos, como o diesel russo e importações ilegais pelo estado do Amapá, continuam a influenciar o mercado.
Contudo, acredita-se que os incumbentes do setor também irão importar volumes se houver uma arbitragem favorável.
Além disso, mudanças iminentes nas taxas de combustíveis, como as vistas no primeiro semestre de 2023, podem impactar positivamente a rentabilidade do setor.
Previsões de margens e sustentabilidade
Ao adotar uma abordagem pragmática, o BTG Pactual prevê uma margem EBITDA de R$162/m³ em 2025, com crescimento alinhado à inflação nos anos subsequentes.
Essa margem foi vista como sustentável e permitiria que a Vibra Energia (VBBR3) ofereça um ROIC (Retorno sobre o Capital Investido) pós-imposto de 15% em perpetuidade.
Essa projeção considera a premissa de que não haveria expansão de participação de mercado ao longo dos anos, o que se mostra razoável em um cenário atual.